12/31/2004

Um novo anus

Agora que 2004 está prestes a dar à soleta e 2005 está aí a estalar, apraz-me fazer uma pequena reflexão acerca das semanas que aqui passei.
Para ser sincero, nunca achei este fenómeno dos Blogs algo de muito excitante. Que raio de interesse poderia haver em ler as experiências semi-fictícias de um monte de gente que não conheço de lado algum?
Até que visitei o site Blogger.com e vi a página de estatísticas. Segundo o dito bicharoco, são actualizados – em média – cerca de 457 blogs a cada 10 minutos no mundo inteiro. Puxando uma máquina de calcular da gaveta, isso significa que são actualizados 2742 blogs por hora, o que é outra forma de dizer 65808 por dia, e 1974240 por mês!
Agora, isto posso ser eu que me espanto com facilidade. Mas como é que um fenómeno que põe um milhão e meio de pessoas no mundo a enviar quase vinte milhões de mensagens/mês para a net pode ser ignorado?
E estamos a falar apenas das pessoas que escrevem, pois eu imagino, atirando para o ar um número tosco por defeito, que por cada um que escreve deve haver dez que apenas lêem. Ou seja, devemos ter perto de vinte milhões de pessoas por mês a comunicarem umas com as outras, seja através de uma atitude activa (para aquelas que escrevem) ou através de uma atitude passiva (para aquelas que lêem).
Isto são apenas números. Mas dá-me um gozo tremendo imaginar milhões de mãos a teclarem freneticamente e outros tantos milhões a clicarem e olharem para um ecran. Dezenas de milhões de almas neste planeta em busca de qualquer coisa, a procurar contacto com seres semelhantes, a darem-se a conhecer e quererem ser conhecidos, um submundo electrónico e orgânico alimentado pela força de experiências relatadas, a estimulação da imaginação, a descoberta de ideias profundas, relatos diários sem significado e pequenos nadas capazes de nos abrirem uma janela para outra forma de ver as coisas.
Das duas uma, ou as comunicações entre os seres humanos estão realmente a evoluir, ou existem dezenas de milhões de pessoas por esse mundo fora com problemas sérios de falta de atenção.
Confesso que 2004 não foi dos meus melhores anos, mas espero que 2005 seja fantástico com esta minha nova família. E com a família real, claro…

Moral da história: afinal é a tecnologia que nos usa, ou somos nós que usamos a tecnologia?

Pensem nisto, meus comunicadores sublimados…

Sobre O Tsunami

Santana Lopes não só interrompeu as suas férias natalícias, como fez questão de desmentir que, ao tempo, estivesse a dormir a sesta.

12/29/2004

O cinema

Se há algo capaz de me fazer perder a atenção num filme é, precisamente, quando o filme me lembra que é apenas um filme.
Isto pode acontecer por uma variedade de motivos. Pode ser um simples erro de continuidade, uma má performance de um dos actores, efeitos especiais desenquadrados do contexto ou… pura e simplesmente, actores a desempenharem papéis estrangeiros mas a falarem em inglês.
Sempre que vejo grandes produções em que supostos personagens alemães, franceses ou russos falam em inglês com um sotaque mal parido, dá-me vontade de rir!
Imagino logo uma grande produção americana em que uma das cenas se passa em Alguidarinhos de Baixo ou num local qualquer da província profunda, aparecendo o senhor Pascoal da mercearia a falar num inglês com um sotaque mais manhoso que um piloto da TAP (se isso for possível).

Moral da história: os filmes possuem orçamentos limitados. E após estarem pagos os actores principais, os argumentistas, o realizador e o dealer que fornece coca a todos os atrás referidos, sobra muito pouco para que se invista em talentos locais.

Pensem nisto, minhas pétalas de malmequer…

12/27/2004

Nem todos gostam... (ouvi dizer)

Hoje tive um dia diferente.
Saí para trabalhar e, ao contrário de todas as previsões, estava um sol radiante. Assobiei e tudo!
O trabalho correu bem durante a manhã e, à hora do almoço, encontrei um lugar perto da janela no restaurante onde costumo almoçar. A comida estava divinal e o ambiente mais calmo que o costume. Uma pausa relaxante a meio do dia sabe sempre bem e aumenta a produtividade.
O trabalho correu ainda melhor durante a tarde. Na realidade, correu tão bem que vim para casa mais confiante e satisfeito com a vida que escolhi para mim.
Foi quando cheguei a casa que fui confrontado com a notícia de que os meus pais tinham morrido num acidente de automóvel.
Seja como for, eu sou um optimista.
Poderia ceder facilmente à tentação de ficar deprimido, mas decidi não deixar que um acontecimento mau suplantasse tantos eventos bons.

Moral da história: há males que vêm por bem. Este Natal gastei uma pipa de massa em prendas, mas vou agora ser presenteado com uma choruda herança!

Pensem nisto, suas bestas insensíveis…

12/26/2004

A pobreza devoradora

Todos os Natais o mesmo fenómeno repete-se. Na noite de 25 para 26 de Dezembro sonho que estou a ser atacado por um animal feroz num local público. Este ano calhou ser um tigre de Bengala a querer fazer-me em postas num salão de Bingo da Amadora.
À luta com animal pelo salão fora, observava os olhares atentos e reprovadores dos clientes mais assíduos da casa. Fiquei com a sensação que desaprovavam o facto de eu querer lutar pela minha sobrevivência contra um animal em vias de extinção.
E não querendo de todo libertar o interpretador de sonhos que há em todos nós, confrontei-me com um dilema filosófico muito interessante. Ora se eu sou a favor da preservação de espécies em vias de extinção, então não devia tentar matar o sacana do tigre. Se o tigre me devorasse, sobrariam biliões de seres humanos neste planeta, qualquer um deles com menos piada que eu, é certo, mas sobrariam muitos e a espécie humana nunca estaria ameaçada. Por outro lado, se assassinasse o tigre, mesmo em legítima defesa, apenas salvaria mais um ser humano em detrimento de uma espécie prestes a desaparecer do planeta.
E que vida terá mais valor? A vida humana? Porquê? Porque é consciente da sua própria existência?
Não sei. E, sinceramente, nem quero saber. Qualquer destas perguntas deve dar pano para mangas e quero evitar que todos os filósofos-de-trazer-por-casa que me estão a ler desatem a estalar os dedos enquanto se acercam do teclado.
Queria apenas mencionar que deixei que o tigre me devorasse no sonho. Acho que sempre soube que acordaria seguro na minha cama. E o que são umas gotas de urina nuns lençóis de flanela quando comparados com o salvamento de um tigre de Bengala, ainda que imaginário?

Moral da história: a melhor atitude para se tomar, por vezes, não é a mais cobarde. Mas lá que dá um jeitaço…

Pensem nisto, pássaros do sul…

PS: um amigo, psiquiatra de formação e com quem almocei hoje, disse-me que este tipo de sonhos não são fora do comum em alturas de Natal. Pelo que percebi, o tigre representa a miséria a apoderar-se da minha carteira após intensos dias de compras e gastos desnecessários. E eu que deixei o tigre devorar-me…

12/24/2004

Prenda

Para este Natal quero receber aquilo que faz o Morais Sarmento e o Santana Lopes falar daquela maneira...

Amoreiras

O anúncio do C.C.Amoreiras: "o Amoreiras deseja-lhe um bom ano novo". Não é meio tarde demais para pedidos de desculpa?

Pedro e as viagens no tempo

Pedro Nogueira era um jovem normal. Trabalhava na função pública e era um animal de hábitos. Quando o destino lhe acenou a mão, numa fria tarde de Inverno de 2002, não se encontrava de todo preparado para a descoberta que estava prestes a fazer.
Ao atravessar a Avenida Duque de Loulé, em Lisboa, Pedro deparou-se com um estranho fenómeno: o seu relógio retrocedeu meia-hora quando passou em frente ao restaurante chinês Wung Tang. Estranhando o sucedido, julgou que o dito relógio estivesse avariado. Porém, como seria possível que tivesse chegado a sua casa, situada no topo da rua, exactamente dez minutos antes da hora a que saiu do emprego? Confirmou as suas dúvidas olhando para o relógio do telemóvel. Também este lhe indicava que Pedro tinha ganho trinta minutos de vida.
Foi só ao final de quatro dias que Pedro inferiu que a zona circundante ao restaurante chinês parecia ter o poder de fazer o tempo andar para trás. Uma espécie de portal temporal regressivo. O que, note-se, se tratava duma situação absurda mas, todavia, bem vinda. Pedro podia sair do seu emprego às 18, subir lentamente a rua, entrar em casa, calçar os seus chinelos de tafetá, preparar um chá e ligar a televisão a tempo de apanhar o noticiário das 18.
Tentou então explorar o recém descoberto fenómeno para seu benefício financeiro. Numa primeira fase, comprou um montão de raspadinhas na tabacaria que se encontrava em frente ao seu local de trabalho e, ao descobrir que não lhe saía prémio algum, corria para o portal temporal e retrocedia trinta minutos. Olhava para a carteira, e os vinte euros que havia gasto em raspadinhas (que, entretanto, lhe desapareceram da carteira) continuavam lá estacionados, impávidos e serenos. Porém, como só conhecia o resultado de uma raspadinha depois dela ter sido riscada, esta situação de raspa-não-sai-volta-atrás-no-tempo era um beco sem saída. Pedro nunca sabia se estava a raspar algo premiado ou não, pelo que não poderia aprender com a experiência.
Partiu então para medidas mais radicais e decidiu dedicar-se à experimentação de drogas diversas. Qual o problema em fumar uma deliciosa ganza, cheirar uma sumarenta linha de coca ou dar um valente caldo na veia quando se podia voltar atrás no tempo e continuar um percurso sóbrio e capaz? Isso levou a que Pedro, nos seus estados mais alterados, congeminasse fantásticas teorias sobre a existência do portal. Numa dessas teorias, Pedro chegou mesmo a acreditar que estava envolvido numa espécie de experiência militar do governo em parceria com extraterrestres. Telefonou repetidas vezes para altas patentes do exército, prometendo divulgar o seu conhecimento sobre o assunto. Porém, como toda a gente o considerava louco, Pedro decidiu voltar à normalidade da sua vida rotineira e passou a evitar o portal temporal.
Infelizmente, todo o fenómeno foi demais para ele. Enlouqueceu passados alguns dias.
Encontra-se internado, desde então, no Hospital Curry Cabral, onde partilha um quarto com Zé Maria, do Big Brother, passando os seus dias a aprender a cuidar de galinhas e a enrolar fios de palha para fazer chapéus. Manifestou recentemente interesse em tirar um curso de cavaquinho através de alguns fascículos práticos da Planeta Agostini, apesar da referida editora insistir repetidamente que não possui semelhante colecção no seu catálogo. Pedro insiste que uma dia possuirá.

Moral da história: se Pedro tivesse também descoberto um portal que avançasse no tempo, poderia conjugar os dois de forma a poder apostar nas chaves do Totolotto e ganhar fabulosos prémios. Isto se os portais estivessem próximos, claro. Caso contrário, não conseguiria sair do portal do futuro a tempo para entrar no portal do passado e fazer a sua aposta.

Pensem nisto, meus peregrinos temporais…

12/23/2004

O Dia Nacional de Direita

A Direita está em crise! Não apenas em Portugal, mas no mundo evoluído inteiro. Talvez por vivermos numa sociedade em que a informação está mais acessível a todos ou por qualquer outro motivo (um estudioso destes assuntos saberá melhor que eu), o que parece é que as pessoas estão a abrir os olhos e a perceber que não podem confiar em partidos políticos fascistas nem sequer em jornalistas e nos meios de comunicação social mais “normais”.
Isso significa que a Direita, neste caso, terá de mudar o seu discurso se quiser angariar mais uns votos para não se afundar nos próximos anitos.
Por isso, porque não sugerir a Santana Lopes que encete uma campanha eleitoral inovadora, apelando para um Dia Nacional de Direita?
No Dia Nacional de Direita, todos os militantes e apoiantes do PSD deverão sair da cama pela direita. Tomarão o seu duche matinal virados para o lado direito da banheira e, na altura de colocar a vestimenta, a zona genital deverá ser acondicionada para a direita.
Se o prédio onde vivem possuir dois elevadores, escusado será dizer em qual deverão embarcar. E se entrar pela direita no automóvel pode não parecer um problema em Inglaterra, em Portugal causará algum transtorno. Transtorno esse que será largamente compensado uma vez que teremos muito mais gente a conduzir pela faixa da direita nesse dia, o que causará menos chateação aos condutores realmente apressados que poderão assim circular na faixa da esquerda (a não ser que sejam de Direita, claro). A degustação de café, a utilização do telemóvel e o próprio acto de micção deverão ser efectuados com a mão direita nesse dia, o que nem representa grande complicação, uma vez que – estatisticamente – não há muitos canhotos em Portugal.
A Esquerda, como é óbvio, poderá fazer algo semelhante.

Moral da história: é um alívio saber que não temos “partidos centrais” em Portugal.

Pensem nisto, suas alforrecas viscosas…

12/22/2004

Os resultados

Ok, de uma forma breve e sucinta, cá vão então as soluções para as pistas fornecidas.

Em primeiro lugar,

"Sou um ser conservador e bem educado. Respeito as ocasiões festivas. Por isso, não uso barrete de Pai Natal, não tenho o hábito de me vestir de vermelho e não faço o que me apetece. Apenas sigo as convenções."

Portanto, estamos a falar de uma rede TMN. O "hábito de vestir de vermelho" é claramente uma alusão às cores da Vodafone, e dizer que "faço o que me apetece" é mais ou menos o mesmo que dizer "Sigo o que sinto". Pelo que, noves fora nada, sobra a TMN.
Agora, o resto do número.

Pista 1

"Substantivo abstracto, forma plural; outra forma de apelidar as casas de província construídas por emigrantes; diz-se das acções perpetradas por aquele que se encontra em oposição a um ser sofisticado e com bom gosto"

Aqui a palavra correcta seria PAROLICES

Pista 2

"Sigla daquele que é considerado, por ele mesmo, o pior site nacional"

Aqui estamos obviamente a falar do DQD

Pista 3

"Sigla do canal televisivo nacional que possui o dom de produzir as piores telenovelas existentes na crosta do planeta"

Na realidade, a resposta a esta pergunta podia ser qualquer um dos canais. Em todo o caso, aquilo que procurávamos era a resposta TVI.

Pista 4

"Substantivo abstracto; diz-se de Pedro Santana Lopes, tal como de qualquer parolo de boné dentro de um carro "tuning"

Provavelmente a adição da pista do parolo do tuning é uma redundância. Assim que se falou em Santana Lopes, toda a gente deve ter imaginado a palavra CROMO

Pista 5

"Adjectivo capaz de descrever uma situação em que o Correio da Manhã publique uma notícia digna de ser lida; Kierkegaard"

Novamente, porquê entrar na complexidade da filosofia kierkegaardiana, quando a pista do Correio da Manhã nos deu imediatamente a entender que estávamos a falar de algo ABSURDO

Pista 6

"Substantivo comum; a arma de arremesso preferida dos portugueses; todos têm um (alguns mais do que um)"

Por ironia do destino, a resposta certa a esta pergunta era aquilo que todos procuravam: um número para um TELEMÓVEL.

Pista 7

"A prática que Carlos Cruz (ou qualquer recluso em situação similar) não pôde exercer enquanto esteve dentro"

Em último lugar, a não ser que as leis do trabalho infantil permitam que crianças trabalhem em instituições prisionais, a palavra procurada era PEDOFILIA.

Em suma,

rede TMN

Pista 1: PAROLICES
Pista 2: DQD
Pista 3: TVI
Pista 4: CROMO
Pista 5: ABSURDO
Pista 6: TELEMÓVEL
Pista 7: PEDOFILIA

Contando o número de letras de cada uma das palavras, chegamos ao número de telemóvel 96 933 57 99.

Obrigado a todos pela participação, e novos votos de parabéns ao leitor Daniel Albuquerque.

E agora vamos retomar os temas "normais" deste belógue, que já chega de TV Shop e promoções de Natal.

Stop! We have a winner!

É verdade!
1810 visitantes a este belógue desde as 15:30, sem dúvida alguma muitas mensagens enviadas para as pessoas erradas, e um único vencedor até ao momento.
Desta feita, trata-se de Daniel Albuquerque, que, por algum motivo, está convencido que um dos seus defeitos é gostar de acordar tarde.
O vale prenda de 50 euros deve vir mesmo a calhar, para que possa comprar uns filmes ou cd's para ficar a desfrutar pela noite dentro.

Parabéns, Daniel! O vale prenda seguirá pelo correio, assim que nos enviares a tua morada (como já foi requisitado).

A todos os que participaram, o nosso obrigado.
Deve ter sido especialmente engraçado para todos os que enviaram mensagens para os sítios errados e que estão agora a pensar "Humm... eu deixei o meu nome, o meu número de telemóvel e a indicação de que coço as costas com chop-sticks chineses a um gajo qualquer... será que é um psicopata?"

As soluções seguem já aqui para o belógue dentro de minutos.

Cumprimentos em nome da equipa DQD.

Os enigmas!

Bem, talvez a expressão correcta não seja enigma, uma vez que se trata de algo bastante mais simples.
Seja como for, as regras do jogo são as seguintes:

1. Leia as pistas apresentadas
2. A resposta/solução de cada um dos problemas consiste numa palavra única, ao estilo de um jogo de palavras cruzadas
3. No final, quando achar que possui as palavras todas, talvez encontre uma forma de descobrir o número de telemóvel a partir dessas palavras
4. Envie então um sms (custo normal) para esse número, onde incluirá o seu nome e apelido, bem como uma frase sucinta em que descreve um defeito seu
5. Se for o(a) primeiro(a) a fazer isto (para o número certo), receberá uma mensagem de volta a pedir uma morada para o envio do prémio
6. Se for o segundo ou pior classificado, terá de esperar pelo dia seguinte para ver os resultados aqui no belógue
7. Se se enganou no número, não nos responsabilizamos por mensagens insultuosas (ou convites para tomar café) que possa receber por parte de utilizadores estranhos ao DQD

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E aqui vão os dilemas existenciais criados pelo DQD!
***
Pistas para a rede do número de telemóvel em questão

Sou um ser conservador e bem educado. Respeito as ocasiões festivas. Por isso, não uso barrete de Pai Natal, não tenho o hábito de me vestir de vermelho e não faço o que me apetece. Apenas sigo as convenções.

***
Pistas para o resto do número

1. Substantivo abstracto, forma plural; outra forma de apelidar as casas de província construídas por emigrantes; diz-se das acções perpetradas por aquele que se encontra em oposição a um ser sofisticado e com bom gosto
2. Sigla daquele que é considerado, por ele mesmo, o pior site nacional
3. Sigla do canal televisivo nacional que possui o dom de produzir as piores telenovelas existentes na crosta do planeta
4. Substantivo abstracto; diz-se de Pedro Santana Lopes, tal como de qualquer parolo de boné dentro de um carro "tuning"
5. Adjectivo capaz de descrever uma situação em que o Correio da Manhã publique uma notícia digna de ser lida; Kierkegaard
6. Substantivo comum; a arma de arremesso preferida dos portugueses; todos têm um (alguns mais do que um);
7. A prática que Carlos Cruz (ou qualquer recluso em situação similar) não pôde exercer enquanto esteve dentro

***

Divirtam-se, crianças, e façam-nos sentir orgulhosos dos leitores que temos!

PS: um responsável da FNAC, cujo nome não mencionaremos, pediu-nos para incluir a indicação de que o dito estabelecimento não suporta publicamente este concurso.

Encontro marcado: 15:30 neste blog!

Será nessa altura que sairão as perguntas para o tal concurso que tive a infeliz ideia de criar.
Divirtam-se e até já!

Moral da história: porque não concorrer com um amigo mais inteligente do que você e dividir o prémio se ganharem?

Pensem nisso, seus forretas do ensino especial...

12/21/2004

A prenda de Natal DQD!

Quem não adora receber aqueles emails em que o filho de uma personalidade falecida da vida política africana acha que nós somos a pessoa ideal para partilhar com ele cerca de 20 milhões de dólares da herança do seu pai? É realmente fantástico como estes emails continuam a ser enviados, quase sugerindo que alguém deve ter mesmo caído nesta esparrela algures no tempo.
Ao ler mais um desses emails, tive a ideia de oferecer uma prenda a um dos leitores que passam por aqui. Não vão ser milhões de dólares, garanto, (o meu banco não me dá assim tanto crédito) mas um vale da Fnac no valor de 50 euros. Uma prenda boa, vão-se lixar, especialmente tendo em conta que todos os que têm idade para achar piada a este belógue vão receber tudo menos aquilo que realmente queriam.
Porém, não vai haver sorteio algum.
“Mas como assim, André? Então se não há sorteio, como é que eu vou ter uma hipótese? Conta-nos, depressa!!”
Ok, tenham calma.
Quem quiser esta fabulosa prenda vai ter de a merecer.
Eu vou deixar aqui alguns enigmas. A solução de cada um desses enigmas consistirá numa palavra apenas. A série de soluções ou palavras vão, de certa forma, “atirar-vos” para um número de telemóvel. Após acharem que resolveram o problema e que descobriram o número em questão, enviem um sms com o vosso nome (primeiro e último chega) e uma frase em que descrevem sumariamente um defeito vosso (ex.: “sou chata e nao me calo quando vejo um filme”, ou “mastigo com a boca aberta enquanto como”). Aquele que acertar no número e enviar o sms em primeiro lugar, recebe uma mensagem a confirmar a vitória e a pedir outro sms com uma morada para o envio do vale Fnac. Caso não tenham acertado, o sms obviamente irá para outra pessoa qualquer. É um risco que terão de correr. E caso tenham acertado mas o vosso sms chegue em segundo ou pior lugar (há-de acontecer), não receberão mensagem alguma (eu não posso mandar sms a 1500 pessoas, meus amigos…). Mas os resultados serão publicados uns dias depois aqui no belógue, bem como os nomes dos participantes e as frases que tiverem deixado originalmente.
Mantenham-se atentos a este belógue. Os enigmas chegarão amanhã de manhã!

Moral da história: tanta cueca, tanto perfume, tanta prenda inútil que vão receber neste Natal. Apenas para a melhor prenda vos ser oferecida por alguém que não conhecem de lado algum. Confiem sempre na bondade de estranhos. A não ser que esses estranhos usem um sobretudo comprido em Agosto.

Pensem nisto, seus jogadores compulsivos…

Contrariedades aparentes

Por vezes, gosto de passar um dia em contrariedade comigo próprio. É um exercício interessante que aconselho toda a gente a experimentar.
Levanto-me mais cedo do que preciso, apenas para ficar num estado alterado que corresponde à não ingestão das minhas horas de sono normais. Faço um esforço para tomar um banho frio.
Saio para trabalhar e, em vez de ouvir um CD ou o meu iPod no carro, ligo uma estação de rádio manhosa (qualquer rádio portuguesa servirá para esse efeito) e oiço qualquer coisa que nunca ouviria em circunstâncias normais. Ao almoço, se me apetecer comer bacalhau, ofereço ao meu corpinho uma boa bifalhada. E se me apetecer fumar durante a tarde, aguento-me o resto do dia sem tocar num cigarro.
Este tipo de experiências é interessante pois parece haver algo em nós que fica baralhado. Os resultados podem variar entre deitarmo-nos completamente lixados da vida ou repararmos em algo que nunca vimos e pelo qual já passámos milhares de vezes.

Moral da história: às vezes estamos tão perto da floresta que não vemos as árvores.

Pensem nisto, minhas ameijoas rançosas…

12/20/2004

Os meus amigos imaginados

Segundo alguns especialistas de renome, é saudável para uma criança possuir amigos imaginários. Não só ajuda a estimular a sua imaginação como chega mesmo a sentir-se aconchegada e acompanhada durante momentos mais difíceis e solitários.
Eu fui uma dessas crianças.
Porém, o meu amigo imaginário não era propriamente humano. Chamei-lhe Poker e criei-o quando tinha nove anos de idade. Possuía três pernas e respirava por guelras protuberantes nas partes laterais do seu pescoço. Tinha a força de mil homens, membranas entre os dedos e comunicava comigo por código de morse, embora, por algum motivo que ainda hoje não compreendo bem, eu conseguisse comunicar com ele pensando em português.
Um dos problemas na nossa relação era, precisamente, o facto de Poker possuir três pernas. Movimentava-se, obviamente, muito mais depressa do que eu, e eu via-me à rasca para o acompanhar. Foi por isso que, uns meses mais tarde, cansei-me daquele acelerado andamento e criei uma amiga para Poker – a Xénia – de modo a que ele se sentisse acompanhado por alguém da sua espécie e eu pudesse retomar o meu ritmo de locomoção normal. E decidi criar então um novo amigo para mim, desta vez humano, chamado Paulinho.
Terá sido nesta altura que as relações entre os meus amigos imaginários azedaram. Ver Poker divertido e satisfeito com Xénia libertou em mim os primeiros sentimentos de ciúme. E Paulinho apercebeu-se disso. Apelava constantemente para a minha atenção, quando, na realidade, o foco da minha concentração era a saudável relação que se parecia estar a desenvolver entre Poker e Xénia. Relação à qual, note-se, eu já me sentia alheio.
Os anos passaram-se. Eu cresci e superei estes problemas.
Poker e Xénia prosseguiram a sua vida e encontram-se alegremente unidos pelos laços do matrimónio. Tiveram recentemente uma ninhada de filhos, igualmente imaginários, que, sendo crianças e não tendo ainda passado a sua fase da metamorfose, consistem apenas em pequenas larvas que os pais carregam numa espécie de bolsa marsupial que possuem nas costas.
A minha relação com Paulinho, porém, nunca mais foi a mesma. Cedo se apercebeu que a sua criação ocorreu por conveniência e nunca me perdoou por isso. Tornou-se arrumador de carros (imaginários) num aterro sanitário em Vila Chã de Cartanheira.
Quando penso nos meus amigos imaginários e nas opiniões informadas de pediatras e psicólogos da aprendizagem, fico na dúvida se este tipo de estimulação será realmente benéfica para as crianças.
Mas agora sei que não pode ser coisa boa.
Poker e Xénia convidaram-me recentemente para ser o padrinho dos seus quinze filhos. Ainda não sei bem como lhes hei-de dizer que não sou católico. Paulinho, infelizmente, faleceu há cerca de três meses com uma overdose. Veio-se a saber que o seu traficante imaginário de droga imaginária introduziu algum cimento na heroína que lhe vendeu, o que levou à criação de coágulos de argamassa nas veias de Paulinho. O seu último caldo foi a sua última ceia!

Moral da história: se decidir criar amigos imaginários, faça-o com responsabilidade.

Pensem nisto, meus imaginários leitores…

12/17/2004

A causa dos meus problemas

Se há rádio que se encontra bastante bem qualificada na Pole Position das estações radiofónicas mais nojentas do país, é sem dúvida alguma a Rádio Clube Português (antiga Rádio Nostalgia).
Não é que haja mal algum em existir uma estação que passe música foleira vinte e quatro horas por dia. Afinal, é o que todas as outras fazem. O problema é que a RCP passa música que já há trinta anos atrás era considerada fatela.
Os erros existem para se aprender com eles. Se se bate continuamente na mesma tecla, impossibilita-se qualquer hipótese de evolução.
Por algum motivo, a RCP também se apresenta como uma apetitosa iguaria para o afinado paladar musical de construtores civis e instaladores da Otis que, abusando da sua liberdade de escolha, decidem que deve ser esta a rádio ideal para se ouvir em milhares de elevadores por este país fora. É desconcertante! Entrar no elevador do meu prédio e ouvir, diariamente, Cat Stevens, Alphaville ou locutores(as) bimbos a mandar piadas de ir ao rabiosque, deixa-me rapidamente arrependido por não ter escolhido morar no rés-do-chão.
Mas como moro num sétimo andar, sou obrigado a ouvir um refrão inteiro de uma parolice qualquer habilmente escolhida por alguém não menos cretino que um fã de Rick Astley.
Eu não possuo muitos sonhos nem expectativas para o meu futuro. Eu sou eu assim. Planeio mais ou menos os meus dias e deixo-me ir ao sabor do vento. Mas há um desejo que quero ver concretizado num futuro próximo. É arranjar dinheiro suficiente para contratar uma máfia de Leste para entrar pelos estúdios da RCP adentro, assassinar todos os que se encontram no seu interior e pegar fogo ao edifício. Quando isso acontecer, eu estarei cá fora a filmar o evento com a minha câmara digital para vender as imagens à Tvi, podendo assim recuperar o meu dinheiro. Chamem-me louco ou optimista. Mas esta é uma das minhas íntimas fantasias que espero um dia ver realizadas.

Moral da história: se o preçário actual das máfias do Leste for em conta, sou capaz de pagar um pequeno extra para que torturem os locutores da RCP antes de os assassinarem.

Pensem nisto, seus impacientes dementes…

Espaço Sociedade

João sem medo, porta-voz do sindicato de trapezistas profissionais de Portugal e Arredores (STPPA), encabeçou ontem uma manifestação de protesto às empresas Portuguesas que utilizam sistemas de rede. Os manifestantes concentraram-se às 15:00 da tarde no Marquês de Pombal, descendo depois a Avenida. Como o sindicato é composto por apenas 3 pessoas, a manifestação seguiu ordeira por uma das faixas laterais da Avenida, e não há registo de desacatos embora um dos manifestantes, ao passar em frente à porta do cinema S.Jorge, tenha mostrado o seu descontentamento afirmando que era “uma seca do caraças só dar filmes franceses”. Após uma pausa nos Restauradores para comprar umas revistas e beber uma ginjinha, a manifestação prosseguiu até ao seu destino, o Terreiro do Paço onde, após um breve discurso dirigido aos dois manifestantes, João sem medo deu por terminada a acção finalizando com um mortal encarpado à retaguarda para gáudio dos turistas japoneses presentes. As acções da STPPA visam acabar com a utilização de redes nas empresas e lares portugueses. Estão já programadas para Janeiro manifestações em frente às sedes da NetCabo e Sapo, além de uma campanha publicitária a lançar na imprensa e televisão com o slogan, “Rede? Isso é p’ra meninos!”.

Noute

Tenho rapidamente que resolver as minhas insónias ou ainda acabo com dois leões marinhos na sala.

Bin

Sempre me intrigaram as várias diferenças de culturas, com as suas pequenas peculiaridades e assimetrias. Por exemplo, em Portugal não se pode acender um cigarro nas imediações de uma bomba de gasolina. No Iraque, por sua vez, a comunidade islâmica radical exorta à detonação de bombas nas imediações de campos petrolíferos. Nós, os Europeus, somos uns medricas.

O Prémio Esquecido

Ainda sobre a temática Natal dos Hospitais, anuncio que as inscrições para o campeonato de Pictionary de Parkinson estão agora fechadas. Treme-se pela competitividade desta já lendária modalidade, tendo em vista que o campeão em título mudou-se para a Brandoa, onde agora é bate-chapas, e o próprio vice-campeão esqueceu-se de nos dar uma resposta convincente. É desconcertante.

12/16/2004

News Update

O Avô Cantigas foi ao Natal dos Hospitais, essa poderosa e milenar instituição de entretenimento mundial. Para ajudar a compor o seu número de variedades musicais, o avô levou um boneco fantoche que representava a figura de um menino. Ora, a forma que o avô tinha de manipular este boneco era enfiando-lhe uma mão por trás.

Aguarda-se a qualquer momento a sua detenção em directo.

A genialidade dos portugueses

Ontem, ao ver o único noticiário nacional (na RTP2, portanto), fiquei com a alegre sensação de que todos os portugueses são génios! Passo a explicar. Santana Lopes afirmava que os portugueses perceberiam que as decisões drásticas e difíceis que o PSD tomou nos últimos meses foram para o bem deles e para garantir um futuro melhor. José Sócrates, também, afirmou que os portugueses sabem quem gosta deles e que não perdoarão a um governo que os tem deixado na merda semana após semana (não usou estes termos, como é óbvio). E Francisco Louçã foi ainda mais longe, peremptório na sua convicção que os portugueses são mais inteligentes do que se pensa e que vão perceber todos os joguinhos e estratégias perniciosas da associação e dissociação de partidos na esfera política nacional.
Mas que raio! Então se somos todos tão inteligentes e visionários, porque motivo é que continuamos na merda?
Tempos houve em que as condições de vida dos cidadãos melhoravam ligeiramente em véspera de eleições. Agora, nem para isso há orçamento. Tem de se recorrer à graxa!

Moral da história: a noção de que graxa castanha não pode ser utilizada em sapato preto está um bocado inflaccionada. Já me desenrascou várias vezes.

Pensem nisto, meus reservatórios de paixão…

12/15/2004

Mensagem escrita sob protesto

Antes de mais, volto a salientar que escrevo esta mensagem sob protesto. Eu disse que não queria escrever sobre as minhas noites de lua cheia na minha mensagem anterior (ABCD do sexo). Mas vocês não aguentaram, pois não? Pedincharam, pedincharam, pedincharam e agora o nível deste belógue vai baixar drasticamente. Enfim, cada um tem aquilo que merece.
A minha última noite de lua cheia ocorreu há cerca de três semanas mas, na realidade, esta pode ser a história de qualquer noite similar.
Chegado do trabalho, começo a sentir aqueles pessonhentos calores que só podem significar uma coisa: abriu a caça ao conedo!
(perdoem-me a linguagem, mas tenho de ser fiel ao feeling do momento. Caso contrário, a minha prosa pecará pela falta de rigor.)
Durante uns tempos, ainda tentei combater estes afrontamentos que me transformam num animal insidioso. Mas a luta é sempre em vão. O chamamento da cona é mais forte que eu. Rasgando a camisa, rugindo aos sete ventos como uma besta com o cio, mostrando o meu peito viril ao espelho do meu quarto e com uma tesão capaz de desfaser a mais forte das costuras das calças, parto pela cidade fora em busca da merecida e vital crica.
Nesses momentos, penso com duas cabeças. A cabeça do bacamarte, e a cabeça do bacamarte também (fica tão grande que parecem duas!). E utilizando o meu caralho pulsante como sistema de GPS guiado não por satélite mas pelo cheiro a langonha de rata, já há muito ultrapassei a necessidade de auto-controlo. Só penso “Vamos lá, Pipi… ops!… Toscano (escapou-me!), vamos lá que não tarda muito estás a rebentar aquilo que te pertence por direito”. Vagueio pela cidade fora à procura de bordedo com a mesma ansiedade de um realizador excêntrico em busca de mais umas linhas de coca. Até que uma fêmea me sorri enquanto espera a sua vez numa caixa Multibanco. À partida, não possui nada que não a torne comestível. Um bom cu, umas boas mamas, a rondar os 40 anos de idade (uma idade excelente, diga-se, tal como um vinho do Porto) e uma expressão corporal meio esfomeada que promete uns bons momentos de diversão nocturna. Encetada uma rápida conversa (afinal, não somos animais), lá a convenço a vir tomar uma bebida no meu apartamento. Conduzir um Jaguar é afrodisíaco quase certo. Um verdadeiro saca-mulas. E com o extra dos bancos aquecidos que mandei instalar recentemente, torna-se num aquece-conas de primeiro galardão, avançando parte do serviço antes mesmo do forrobodó começar. Levo-a para a casa e, enquanto ela despe o casaco, tiro-lhe as últimas medidas e decido como vou começar a festa.
O álcool ajuda muito nestas situações. Liberta as repressões diárias da vítima e deixa-a num estado de limbo e incerteza em relação ao resto da noite.
E quando ela menos espera, faço o meu ataque. No sofá, no chão da sala ou no quarto, a paródia começa com um misto de gritinhos e suspiros, apenas para se transformar numa verdadeira algazarra uns minutos mais tarde, capaz de indignar o mais comatoso dos meus rotos vizinhos.
Progrido pelo corpo da gaja, até que demonstro o meu verdadeiro eu e lhe arranco a roupa à bruta. É nessa altura que ela se assusta e se pergunta se quer realmente estar ali. Tudo bem, o Toscano já é experimentado neste jogo do gato e da rata, e compensa o medo da vítima com suaves lambidelas circulares na auréola dos mamilos. Com as mamas a encherem-me as mãos, a minha tusa aumentou de tal forma que as minhas próprias roupas se rasgaram também, ao estilo de uma transformação do Hulk. Uma lambidela na cona, bem de alto a baixo, está então na ordem de serviço.
A antecipação é a mãe de todos os jogos, mas não desempenha um papel preponderante no mundo animal e pouco civilizado do Toscano em noite de lua cheia. Está na altura de deixar a gaja em modo BPV (Bochechas da Peida Vermelhoscas). As palmadas servem dois propósitos essenciais: em primeiro lugar, demonstram uma relação de poder. E em segundo lugar, excitam-me mais ainda. Ao observar a vítima de gatas, com o inevitável badalar de tetas que se segue a cada violenta iteracção de pancada, a minha tesão alcança níveis nunca antes imaginados e que primam sempre por se superar a si próprios. “Com que então és psicóloga, hã? Então analisa lá isto!”, são algumas das frases que costumo proferir nestes momentos, habilmente adaptadas à profissão da gaja em questão.
E é então que, quando ela esperava novo palmadão, leva com o mangalho pela greta molhada acima. Os gritos da vítima alimentam os meus movimentos. Saltando de buraco em buraco alternadamente (sim, porque posso ser potente mas não tenho duas sardas) e agarrando nos cabelos da moçoila, obrigo-a a chamar o meu nome enquanto eu próprio lhe chamo alguns nomes por recreação própria. Puta e vaca são dois exemplos que me vêm agora à cabeça.
Ora à canzana, ora por cima, ora por baixo, ora de lado, a crica sente algo que nunca sentiu na sua vida. Um misto de entrega total às mãos e membros de uma força da natureza com um profundo agradecimento por julgar que já ninguém lhe pegaria daquela forma.
Inchada, dorida, quase a perder os sentidos e prestes a vir-se pela terceira vez, está na altura da gaja se afastar do Toscano a fim deste lhe colar os olhos com a sua corrosiva substância seminal.
Enquanto me venho para a cara da dita durante mais de dois minutos, deixando-a encharcada e a correr perigo de afogamento, uivo como um lobisomem, desrespeitando todas as regras camarárias de tolerância de ruído.
Caio para trás, redondo e manco como um aleijado a quem roubaram a cadeira de rodas.
Regra geral, é esta a última imagem que tenho da gaja, que normalmente não volto a encontrar mais.

Moral da história: não acreditem em tudo o que lêem.

Pensem nisto, suas ninfomaníacas esfomeadas…

As Notícias DQD

O Governo meche. O ministro das finanças já não vai vender património e o secretário de estado revela-se envergonhado com o estado da protecção civil em Portugal. Um governo verdadeiramente de gestão. O primeiro gere as próximas eleições, o segundo gere a afectação eficiente de neurónios escassos no cérebro.

O Natal

Sempre gostei muito do Natal. Eu era a luz da família. As pessoas juntavam-se à minha volta, e eu ficava sempre ansioso esperando que o meu irmão me tirasse de cima da estrela de cinco pontas. Já na altura tinha um humor tão óbvio e básico como hoje. Só que na altura não era pago para o exercer.

Pensem nisso minhas... pontas de estrelas de árvores de Natal?

A tradição...

Nunca gostei da tradição das passas na passagem de ano, esse absurdo jogo de colocar ínfimas porções de alimento na boca a cada badalada. Geralmente esta prática é iniciada pelo elemento histérico-excitado da família, que não entende que a maior parte dos presentes só quer ver a Música no Coração em paz, levantar-se, dizer hurra no momento x, e sentar-se ainda a tempo de ouvir o Edelweiss. Mas não. O/a animador/a corre para cá e para lá, gritando “as passas!, as passas!”, obrigando a todos uma animação ditatorial, chegando até a nem deixar o avô de 90 anos começar a comer as passas antes dos 12 toques, o que seria correcto visto as capacidades limitadas da sua ausência de dentição. Ali ficamos nós, com os nossos sorrisos amarelos à espera que chegue a maldita hora, incomodados pelo suor que se começa a formar na mão fechada.
A verdade é que nunca, mas nunca, ninguém consegue acertar a mastigação das passas com os badalos, e acabamos por comer as últimas 6 de uma assentada. Quanto aos desejos, ou escrevemos primeiro uma lista, ou vão ser todos iguais: saúde, dinheiro, gajas, dinheiro, gajas, gajas. Por estas razões a tradição das passas deveria ser abolida e substituída por uma inovação (ainda por ocorrer) na indústria alimentar: o Passão.
O passão é uma passa gigante tipo um Ferrero Rocher semi-mastigado. Põe-se o passão na boca, vai-se mastigando enquanto o relógio conta ao contrário, enviando por fim a pasta resultante até ao estômago com o auxilio de um gole de champagne. As utilidades são óbvias. Primeiro, cada um pode retirar sem muito esforço o seu passão da taça, evitando assim aturar a correria do histérico. Segundo, como é provável o estômago não apreciar tal produto alimentar, podemos ir para casa mais cedo porque nos dói a barriga. Terceiro, se a festa já estiver morta, podemos todos divertir-nos durante horas a observar as figuras do avô a tentar mastigar o passão.

Como dizia o André, pensem nisto meus histéricozinhos natalícios.

ABCD do sexo

Confesso que tencionava escrever estas linhas como comentário à mensagem provocatória do Luís que se encontra mais abaixo. (Sexo)
Mas depois lembrei-me que, já que estou prestes a dar conselhos tão úteis que podem ser aproveitados por toda a gente, porque não criar uma mensagem própria e dedicada? Por isso, quem se sentir fora do contexto, basta ler a mensagem do Luís e respectivos comentários.
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E não, não concordo. Não acho que a utilização de luvas de borracha seja um "turn-off" numa relação sexual.
Bem, posso satisfazer a tua curiosidade e relatar-te o processo completo duma relação sexual barata e higiénica.
Começas por espalhar, por cima da cama, o plástico. Compra-se um pacote no Aki mais próximo por cerca de 5 euros. Isso dá-te uma área útil de, mais ou menos, 30 metros quadrados. Pode parecer muito. Mas, se pensarmos em quão finos esses plásticos costumam ser, acaba por se ter de o dobrar sobre ele próprio várias vezes, por medo de fissuras que se possam originar através da fricção dos corpos. Ou seja, conta com pelo menos 5 euros de plástico por relação sexual.
Depois há as luvas de borracha. Umas simples luvas de cozinha servirão. Porém, se não quiseres gastar muito dinheiro (se a namorada não for nova, portanto), qualquer daquelas lojas chinesas que vendem desde árvores de Natal USB até desentope-sanitas têm pacotes com três pares de luvas a 1 euro apenas. Desvantagem: normalmente são três pares de mãos esquerdas ou direitas. Luva esquerda e luva direita, por 1 euro, é um luxo do qual não podes usufruir. Tudo bem. Qual é o problema de não possuir o polegar no sítio certo numa das mãos? Basta que a luva certa esteja na mão certa e aí vamos nós!
Um óleo de coco espalhado nas luvas consegue tirar-lhe aquele cheiro a borracha que, isso sim, acredito, pode retirar algum prazer ao erotismo da sessão. Mas vamos lembrar-nos que estamos a trabalhar com um orçamento limitado, ok? Por isso, já reparei que vaselina com umas gotas de perfume também funciona igualmente bem (nem tem de ser um perfume bom. Qualquer Old Spice serve para o efeito).
Sobre o preservativo não há muito a dizer. Existem de todas as formas e feitios e para todas as carteiras. Porém, também já reparei que um balão de água funciona belissimamente, especialmente porque são maiores e a medida coaduna-se mais com os cerca de 90 cm de masculinidade que possuo entre as pernocas. E poupa-se novamente, especialmente se forem comprados em alturas de Carnaval (é quando são produzidos em maior quantidade e o preço é mais barato). É no Carnaval que compro cerca de 2500 balões de água que quase me dão para as minhas relações do ano inteiro...
A iluminação é muito importante nesta fase. Embora a luz de velas seja algo considerado romântico, a verdade é que as velas produzem uma luz precária. Perde-se nos pormenores. Não se consegue perceber com precisão o que é plástico dobrado, sombra de braço ou líquido viscoso a percorrer os vales da nossa segurança higiénica. Uma lâmpada de pelo menos 100 W pendurada no tecto, de preferência sem candeeiro e a dar à luz directamente, é quase ideal. Pode parecer uma ideia fria, mas sempre dá para dar largas às fantasias. Podemos imaginar aquilo a que chamo um "motivo refugiado", em que peço às minhas amantes para falarem numa língua estranha enquanto finjo ser um tropa que as está a violar no desconforto da sua casa semi-destruída por um petardão de morteiro. Uma lâmpada pendurada numa casa dessas faz todo o sentido (convenhamos, meu amigo, não é numa casa na província iraquiana que vamos ver a última novidade em projectores do Ikea).
Finda a actividade sexual, há que ter algum cuidado. Rebolar para qualquer dos lados da cama será desastroso, pois o risco do nosso corpo entrar em contacto com algum fluido é maximizado nessa estratégia de fuga. Já aconteceu aos melhores... Se estivermos na posição do missionário (afinal, como só há duas posições - em cima ou em baixo - a probabilidade de estar por cima é de 50%), basta recuar tal como se entrou. Isso evitará que se entre em contacto com qualquer viscosidade, pois ainda que alguma das partes do corpo esteja em modo de pingagem (inventei este termo agora), irá pingar apenas para o plástico ou para as pernas da nossa amante. Alguns toalhetes refrescantes, estrategicamente colocados aos pés da cama, apaziguarão qualquer escorrimento remanescente sem que a alcatifa sofra. Novamente, porquê toalhetes de marca quando se podem guardá-los sempre que se vai comer uma refeição ao Kentucky Fried Chicken?
Resultado: uma relação sexual satisfatória e perfeitamente higiénica por menos de 8 euros. É obra!

Moral da história: seja com a legítima esposa/namorada ou prostituta de alto gabarito, no sexo paga-se sempre!

Pensem nisto, seus pecadores badalhocos...

PS: é claro que eu não sou sempre assim como descrevi. Uma vez por mês, nas noites de lua cheia, transformo-me no animal mais nojento que alguma vez percorreu a crosta terrestre. Se quiserem, posso também contar um desses episódios. Mas têm de pedir por favor, porque isto é um belógue familiar e os leitores do DQD têm mais que fazer do que andar aqui a ler ordinarices...

Duplo martírio

Com o Natal, chegam também os novos lançamentos de CD. Marco Paulo não foge à regra e lança um album recheado de êxitos de... Roberto Carlos!Ena!Que grande alegria!Só não o vou comprar já, porque vou esperar pela edição de coleccionador, onde conto encontrar o videoclip da canção "As baleias". Sugiro desde já, as gravações do teledisco na Cova do Vapor e as participações especiais de Simara, Fafá de Belém e Roberta Miranda.

Sexo

Seinfeld. Não há nada realmente mais horrível que uma mulher nua a passear-se pela casa, no dia seguinte a uma noite de sexo. O corpo que penetrámos é um promiscuidade insultante de protuberâncias peludas, pele que pede emprestado aos orgãos sobre-usados na noite anterior um centrímetro de elasticidade. o equilíbrio é tão frágil que, juro, se ela se curva para aspirar a sala ela explode e eu fujo. O sexo não tem nada a ver com a beleza, a vida humana não tem nada a ver com o sexo.

Reciclagem

Fala-se muito em reciclagem de materiais, fontes de energia renováveis, etc. e tal. Porque não ir pouco mais além? Porque não reciclar outras coisas também?
Ideias, por exemplo.
Talvez seja a minha faceta optimista a falar por mim, mas acho que em qualquer música da Ágata, qualquer filme do Sylvester Stallone ou discurso do Santana Lopes existe uma ideia capaz de ser transformada em algo de bom.
Ok, talvez tenha exagerado um pouco no caso do Santana Lopes, mas a História é construída por pioneiros. Pessoas que acreditam nas hipóteses mais absurdas e que perguntam “Porque não?” quando todas as outras apenas perguntam “Porquê?”.

Moral da história: quem conseguiria parar o PSD se eles confiassem a literatura do partido a uma empresa especializada na reciclagem de ideias?

Pensem nisto, seus abstencionistas inconsequentes…

12/14/2004

grave é se acharem que faz sentido

Não nos avisarem quando estamos com a cabeça demasiado perto do candeeiro, e em risco de lá bater com a mona, revela o mistério da luz como uma dor de cabeça. Estava a pensar nas reuniões secretas em tempo de repressão política. Os obstáculos ao funcionamento livre dos conceitos mais abstractos é uma grande merda.

Um sonho recorrente

Na remota possibilidade de algum psiquiatra ler este belógue, talvez me possa explicar um sonho recorrente que tenho desde há meia-dúzia de anos para cá.
Sonho que estou numa estação de metro com a minha ex-namorada. O metro chega. Nós embarcamos. Só que, em vez do comboio se dirigir para a estação seguinte, anda para trás e para a frente, como que a roçar no túnel.
Acerco-me da janela e olho para o guarda da estação. Ele está a acenar mas usa um chouriço gigante em vez de uma bandeirola. Após olhar com um pouco mais de atenção, reparo que o guarda da estação é o meu pai. Assustado, olho para a minha ex-namorada. Eis então que me assusto mais ainda, pois reparo que afinal não é a minha antiga companheira mas sim a minha mãe, que está prestes a dar à luz o meu irmão! Com o susto, entorno a minha caneca de leite.
Será que sou um caso freudiano?

Moral da história: se decidir comprar um serviço de chá para a sua casa, compre uma marca conhecida. As marcas mais rascas não possuem o atrito necessário para que consigamos segurar nas chávenas em condições.

Pensem nisto, seus reprimidos recalcados…

Observação do dia

Os espectadores de natação são espectadores de um jogo de ténis em câmara lenta.

Coma controlado

Vizinhos… Não podemos viver sem eles e não lhes podemos espetar a cabeça entre as portas do elevador (as normas actuais de segurança não o permitem). Mas o que é que será que torna os vizinhos tão irritantes e detestáveis? Parto do princípio que, se eu não gosto dos meus vizinhos, então talvez eles sejam os vizinhos ideais para alguém de quem eu também não gosto. Isso significa que se todos embarcássemos num projecto de “troca de vizinhos”, também conhecido como “swinging neighbours” ou mesmo “Erasmus neighbours” nalguns círculos, então talvez a probabilidade das pessoas se darem melhor aumentasse bastante.
Na realidade, acho que os vizinhos não se suportam pelo simples facto de que têm de viver uns com os outros.
Tal como eu não suporto viver comigo mesmo de vez em quando.

Moral da história: ouvi dizer que na Clínica Sarna conseguem induzir estados de coma controlados de modo a que possamos fazer férias de nós próprios.

Pensem nisto, minhas ratazanas imundas…

Viagem ao Brasil

Convidei uma rapariga para passar duas semanas comigo no Brasil. Nunca me aconteceu não conseguir resistir aos encantos de uma mulher. Sempre achei essas histórias de amor um pouco lamechas e muito sobrevalorizadas. Mas aconteceu-me. E atingiu-me em cheio! É daquelas coisas que só se conhecem verdadeiramente quando se experimentam.
Ela disse-me que não, pois fugiu do Brasil precisamente para não ter de voltar.

Moral da história: se forem casados, não convidem prostitutas brasileiras para férias no Recife. Elas tendem a recusar a oferta e podem arranjar-vos sarilhos conjugais difíceis de superar.

Pensem nisto, seus tarados sexuais…

O desenvolvimento natural das coisas

As preocupações que se nutrem pelo meio ambiente parecem-me, por vezes, desprovidas de sentido. Se Lavoisier disse que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” então qual é que será o problema em acabar com os recursos naturais?
Se os nossos filhos não tiverem ar puro para respirar (tal como nós, na realidade, já não temos) podemos sempre contar com algumas mutações genéticas que nos vão permitir adaptar-nos às mudanças climatéricas ao longo das gerações.

Moral da história: a Ciência está ao serviço do desenvolvimento natural. Não ao serviço do Homem. É egoísta da nossa parte querer impedir o progresso da Natureza para manter o nosso estilo de vida.

Pensem nisto, minhas andorinhas de Primavera…

Estava a pensar na Sharon Stone

Se me mostrassem o picador de gelo certo, eu doava, de boa vontade, um rim.

O comodismo luso

Hoje, houve alguém que me acusou de me estar a tornar um comodista. Fiquei ressentido com a acusação!
Coloquei imediatamente o meu auricular Bluetooth na orelha e baixei o volume da televisão com o comando remoto. Iniciei uma chamada para essa pessoa a partir da lista de contactos do telemóvel (é mais simples do que digitar o número). Gritei-lhe que não concordava com a acusação, pois não sinto que me esteja a tornar um comodista. Eu sempre fui um comodista, isso sim!
E as pessoas torcem o nariz quando ouvem estas coisas (não é que alguma vez tenha visto alguém a torcer o nariz… é só uma expressão prática para não ter de explicar que alguém manifestou uma expressão de desdém perante algo que eu tenha dito).

Moral da história: dizem que os auriculares Bluetooth e todas as tecnologias de telecomunicações sem fios provocam cancro. Eu digo que os milhares de pessoas que trabalham em institutos de luta contra o cancro também têm famílias para alimentar.

Pensem nisto, seus cancerígenos inveterados…

12/13/2004

Quem me ensina a acreditar?

Sendo agnóstico por convicção, há algo que eu não suporto na maior parte dos agnósticos e ateus. É o modo como dessensibilizam aqueles que acreditam. Não seria excelente poder acreditar que algo melhor nos espera no final da jornada neste planeta? Alguém me explica como é que se consegue isso? Eu não consigo. É por isso que nutro o maior respeito por aqueles que acreditam.
Acho, aliás, que a Religião é um assunto tão sério que devia ser retirado da alçada da Igreja o mais depressa possível!

Moral da história: o símbolo químico da água benta não é “H Deus O”. É uma água normalíssima, com um grau de acidez semelhante a qualquer outro tipo de água potável.

Pensem nisto, fiéis súbditos…

O dilema das escadas idiotas

Será que sou só eu a acreditar que certas escadas que existem em centros comerciais e obras públicas diversas foram desenhadas por deficientes motores? Como explicar a falta de ergonomia provocada por uma distância estupidamente larga entre vários degraus? Estará algum desenhador a rir-se disparatadamente imaginando as pessoas a descer as escadas como avestruzes, ora dando um passo maior que as pernas, ora travando antes do passo seguinte para não cairem?
O problema é mais grave para as mulheres do que para os homens. Milhares de euros gastos em acessórios de moda, roupas caras, ginásios e institutos de beleza. Para quê? Para aquela imagem elegante e sexy ser corrompida por uma estúpida escada.

Moral da história: sempre que possível, usem escadas rolantes ou elevadores. São tecnologias consideradas seguras na maior parte dos países desenvolvidos.

Pensem nisto, minhas babinhas de dromedário…

Actividades Propostas

Brincar com a genitália, sem sujar a cama. Se toda a gente conseguisse seguir este conselho, afincada e profissionalmente, teríamos um mundo melhor. O problema do país, aliás, é não ter profissionais da masturbação, mas meros amadores. Primeiros-ministros que se demitem depois de terem sido demitidos; presidentes de clubes que lançam auto-biografias nas vésperas de ir para a cadeia; munícipes que dão à bomba em canais privados. Se se querem masturbar, façam-no, mas primeiro aprendam.

Bolas

Já estou farto. Estar em Londres começa a custar-me demasiado. Primeiro não pude ver a quinta das celebridades; depois não pude ver a actuação deste, do anterior, do até ver, do... enfim, do governo psl-pp; e, agora, não pude sentir o tremor de terra. Começo a pensar se vale assim tanto a pena ser emigrante.

Violência na Baixa

A policia deteve ontem um individuo, na Baixa de Lisboa, após este ter agredido com violência um empregado de uma loja de fotografia. O empregado de 28 anos, imigrante brasileiro a residir legalmente em Portugal, estava bastante transtornado com as agressões sofridas. Ao que parece, o cliente levou umas pilhas gastas para trocar na loja e não gostou da resposta do empregado. – O cara era louco! – declarou Milton Elíades – Eu só disse que ele devia era ir levar no pilhão!

Última hora

A PSP resolveu, por segurança, proceder ao rebentamento de uma mala suspeita no Aeroporto de Lisboa. Em declarações ao Dizquedisse, o comandante Lopes confirmou que a mala se encontrava vestida com uma gabardina preta, um chapéu, e uns óculos escuros.

Temblor de la tierra

Estava eu a ler os posts deste blog recém-criado, quando o monitor abanou. Ao que tudo indica era um sismo com epicentro localizado no oceano Atlântico, a sudoeste do Cabo de S. Vicente. Surgiram logo os contraditórios, que coincidiam na localização do epicentro na zona de Belém. Uns diziam que devido ao trambolhão do governo, outros atribuíndo a réplicas do trambolhão do Benfica. O jornal Público, não conseguindo obter esta informação junto do Instituto de Meteorologia e Geofísica português e do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, baseou-se nos dados obtidos no Instituto Geográfico Nacional espanhol. Pelos vistos sofremos "un terremoto" ou "una sacudida de la tierra". G'anda vergonha! Verguenza...

A vida na cidade

Há dias em que me sinto um rectângulo preto sem vida. Fico com vontade de cometer uma loucura para que alguém repare em mim. Compro uma seringa numa farmácia, encho-a com ketchup, vou para o metro em hora de ponta e grito bem alto “Sou seropositivo! E vou dar uma esguichadela do meu sangue para o ar se ninguém me oferecer um lugar!”. Depois sento-me, refastelado e com um sorriso matreiro nos lábios, e ponho um som a tocar no meu iPod.
Outros dias, porém, sinto-me um rectângulo branco e só me apetece meter conversa com o primeiro gajo que vejo na rua, oferecendo-me para lhe pagar um café e passando-lhe um cheque de 1000 euros apenas porque gostei da cara dele.

Moral da história: neste código de barras que é a vida numa cidade, a malícia do rectângulo preto faz-nos esquecer que, apesar de não o vermos, também existe sempre um rectângulo branco por perto.

Pensem nisto, minhas florzinhas de estufa…

Quem tem cu...

Mesmo com Ferro Rodrigues afastado da liderança do PS, José Sócrates continua a temer o caso Casa Pia. A primeira medida anunciada é a abolição das escuts.

Declaração

Aprovetaria, também, para dizer que o DQD está com Santana Lopes. Esta sexta-feira, na Kapital. Bar aberto, de onde seguirá uma romaria para o Cais do Sodré. Tentar-se-á encontrar silo para albergar os submarinos e restante material pesado que o Ministério da Defesa comprou à Bombardier. Não vamos deixar que o PS se aproprie facilmente das medidas impopulares e progressistas deste Governo.

A ida ao Cais do Sodré pretende também resolver aquele problema de fala do ministro Morais Sarmento. Outras sugestões de locais são, no entanto, bem-vindas.

A dualidade epistemológica, por Kuhn

André: penso que a própria dualidade desodorizante-barato-Nivea/camisa-preferida-da-Gucci pode ser estendida a outros problemas sérios da humanidade, enquanto espera que o cabelo seque e se escolhem meias do chão que não cheirem mal ao ponto de as pessoas mudaram de banco no metro e nos chamarem porcos mas isto já é desconversar. Se Carrilho quiser, no seu leito, ler as Revoluções do Kuhn, como o impedir de atingir um clímax paradoxal? Não me refiro apenas à incapacidade da Bárbara Guimarães controlar a sua emissão de baba e machar o livro porque já lá vão os tempos que lia Rosa Luxemburgo e Simone de Beauvoir, que o marido, então noivo, lhe ofereceria para a convencer a não rapar as pernas e dizer palavrões. Vou mais longe e refiro-me ao próprio conceito de mudança de paradigma entre a mama esquerda e a direita, conhecido como o problema da hipóstafase dos mamilos. Que diferença há entre as duas mamas que justifique uma mudança convicta de paradigma? Não são simétricas? É pois um problema que ultrapassa o simplismo do desodorizante e da camisa preferida. Espero ter-te feito sentido um grande egoísta.

As prendas de Natal

Todos os anos a minha família atravessa um dilema existencial sempre que me quer oferecer prendas.
Oferecer o quê a um homem que já tem tudo?
O truque é fazer uma lista de Pai Natal e pedir três coisas diferentes: duas delas impossíveis e uma que corresponda àquilo que realmente queremos.
No ano passado pedi paz no mundo, a derrota de George W. Bush e uma telenovela portuguesa com qualidade.
Este ano vou baixar a fasquia e pedir dois desejos impossíveis e um perfume da Calvin Klein.

Moral da história: se as nossas expectativas forem baixas, nunca ficaremos desapontados.

Pensem nisso, meus torrõezinhos de Alicante...

Publicidade enganosa

Os anúncios da Ferrero (Ferrero Rocher, Mon Cherri e outras caralhices tais...) são, tal como qualquer anúncio adaptado de espanhol para português, inacreditavelmente abjectos!
Para quando um anúncio em que duas estrelas porno, numa cena escandalosamente lésbica, dividem um Ferrero Rocher entre a zona púdica de uma e a boca da outra?
Pode parecer não ter relação alguma com o produto em si, mas garanto que passaria a comer muito mais Ferrero Rocher...

Moral da história: o sexo vende! Não interessa qual o produto.

Pensem nisto, lindinhas...

Concorrentes desleais

Este assunto perturba-me desde há algum tempo.
Será que uma fábrica de preservativos pode ser considerada um concorrente comercial de uma fábrica de carrinhos para bebés?
Bem sei que são negócios distintos. Mas se um deles florescer, isso implica que o outro não esteja no seu melhor.

Moral da história: se quiserem vender mais carrinhos para bebés, subornem um empregado da fábrica de preservativos para furar uns quantos com um alfinete todos os dias.

Pensem nisto, minhas coisas fofas...

Os advogados

O meu desodorizante Nivea, segundo os anúncios publicitários me levaram a acreditar, não deixa manchas na roupa.
Hoje vesti a minha camisa preferida da Gucci.
Passadas três horas de utilização, a dita cuja está manchada na zona do baixo sovacal.
Os representantes legais da Gucci já se encontram em negociações com os advogados da Nivea.

Moral da história: não se deixem enganar pela indústria!

Pensem nisto, crianças...

Bem vindos!

Caros(as) cibernautas ou qualquer outra designação igualmente cretina,

já era tempo, ouvi dizer, do DQD ter um blog próprio. Penetrar com todo o seu vigor e carisma nesta reentrância de informação paralela que dá pelo nome de blogosfera.
Mas chega de metáforas sexuais idiotas.
Como autor do DQD e principal responsável pela sua manutenção, sinto que me cabe a responsabilidade da primeira mensagem. Toda a equipa irá contribuir regularmente para que este blog possua vida própria. Não apenas por uma questão de ego, mas também como forma de compensação para todos aqueles que acham que o DQD não é actualizado com a frequência que seria de desejar.
E daí, tendo em conta aquilo que todos pagam para o acesso que possuem ao DQD, talvez ainda mais sábia seja aquela máxima que diz "cada um tem aquilo que merece".

Por isso, gentinha e gentalha deste país, não se acanhem!
Contem aos vossos amigos, amigas (de preferência, mais às amigas...), tios, sobrinhos, cunhados e animais de estimação, que o DQD possui agora um belógue! Um sítio onde a equipa de chanfrados que constitui esse colorido site a preto e branco pode despejar algo diariamente, apenas pela piada de imaginar que alguém se dará mesmo ao trabalho de ler.

E divirtam-se, acima de tudo!
Não há nada realmente sério nesta vida. Nem mesmo a própria vida.
Pois ela surge do nada. E acaba muito depressa...

Cumprimentos,

André Toscano

PS: sei que não é preciso assinar, mas gosto de imprimir o meu nome no final das minhas comunicações. Um psiquiatra chamar-lhe-ia sobrecompensação. Eu chamo-lhe outra coisa qualquer...