12/15/2004

ABCD do sexo

Confesso que tencionava escrever estas linhas como comentário à mensagem provocatória do Luís que se encontra mais abaixo. (Sexo)
Mas depois lembrei-me que, já que estou prestes a dar conselhos tão úteis que podem ser aproveitados por toda a gente, porque não criar uma mensagem própria e dedicada? Por isso, quem se sentir fora do contexto, basta ler a mensagem do Luís e respectivos comentários.
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E não, não concordo. Não acho que a utilização de luvas de borracha seja um "turn-off" numa relação sexual.
Bem, posso satisfazer a tua curiosidade e relatar-te o processo completo duma relação sexual barata e higiénica.
Começas por espalhar, por cima da cama, o plástico. Compra-se um pacote no Aki mais próximo por cerca de 5 euros. Isso dá-te uma área útil de, mais ou menos, 30 metros quadrados. Pode parecer muito. Mas, se pensarmos em quão finos esses plásticos costumam ser, acaba por se ter de o dobrar sobre ele próprio várias vezes, por medo de fissuras que se possam originar através da fricção dos corpos. Ou seja, conta com pelo menos 5 euros de plástico por relação sexual.
Depois há as luvas de borracha. Umas simples luvas de cozinha servirão. Porém, se não quiseres gastar muito dinheiro (se a namorada não for nova, portanto), qualquer daquelas lojas chinesas que vendem desde árvores de Natal USB até desentope-sanitas têm pacotes com três pares de luvas a 1 euro apenas. Desvantagem: normalmente são três pares de mãos esquerdas ou direitas. Luva esquerda e luva direita, por 1 euro, é um luxo do qual não podes usufruir. Tudo bem. Qual é o problema de não possuir o polegar no sítio certo numa das mãos? Basta que a luva certa esteja na mão certa e aí vamos nós!
Um óleo de coco espalhado nas luvas consegue tirar-lhe aquele cheiro a borracha que, isso sim, acredito, pode retirar algum prazer ao erotismo da sessão. Mas vamos lembrar-nos que estamos a trabalhar com um orçamento limitado, ok? Por isso, já reparei que vaselina com umas gotas de perfume também funciona igualmente bem (nem tem de ser um perfume bom. Qualquer Old Spice serve para o efeito).
Sobre o preservativo não há muito a dizer. Existem de todas as formas e feitios e para todas as carteiras. Porém, também já reparei que um balão de água funciona belissimamente, especialmente porque são maiores e a medida coaduna-se mais com os cerca de 90 cm de masculinidade que possuo entre as pernocas. E poupa-se novamente, especialmente se forem comprados em alturas de Carnaval (é quando são produzidos em maior quantidade e o preço é mais barato). É no Carnaval que compro cerca de 2500 balões de água que quase me dão para as minhas relações do ano inteiro...
A iluminação é muito importante nesta fase. Embora a luz de velas seja algo considerado romântico, a verdade é que as velas produzem uma luz precária. Perde-se nos pormenores. Não se consegue perceber com precisão o que é plástico dobrado, sombra de braço ou líquido viscoso a percorrer os vales da nossa segurança higiénica. Uma lâmpada de pelo menos 100 W pendurada no tecto, de preferência sem candeeiro e a dar à luz directamente, é quase ideal. Pode parecer uma ideia fria, mas sempre dá para dar largas às fantasias. Podemos imaginar aquilo a que chamo um "motivo refugiado", em que peço às minhas amantes para falarem numa língua estranha enquanto finjo ser um tropa que as está a violar no desconforto da sua casa semi-destruída por um petardão de morteiro. Uma lâmpada pendurada numa casa dessas faz todo o sentido (convenhamos, meu amigo, não é numa casa na província iraquiana que vamos ver a última novidade em projectores do Ikea).
Finda a actividade sexual, há que ter algum cuidado. Rebolar para qualquer dos lados da cama será desastroso, pois o risco do nosso corpo entrar em contacto com algum fluido é maximizado nessa estratégia de fuga. Já aconteceu aos melhores... Se estivermos na posição do missionário (afinal, como só há duas posições - em cima ou em baixo - a probabilidade de estar por cima é de 50%), basta recuar tal como se entrou. Isso evitará que se entre em contacto com qualquer viscosidade, pois ainda que alguma das partes do corpo esteja em modo de pingagem (inventei este termo agora), irá pingar apenas para o plástico ou para as pernas da nossa amante. Alguns toalhetes refrescantes, estrategicamente colocados aos pés da cama, apaziguarão qualquer escorrimento remanescente sem que a alcatifa sofra. Novamente, porquê toalhetes de marca quando se podem guardá-los sempre que se vai comer uma refeição ao Kentucky Fried Chicken?
Resultado: uma relação sexual satisfatória e perfeitamente higiénica por menos de 8 euros. É obra!

Moral da história: seja com a legítima esposa/namorada ou prostituta de alto gabarito, no sexo paga-se sempre!

Pensem nisto, seus pecadores badalhocos...

PS: é claro que eu não sou sempre assim como descrevi. Uma vez por mês, nas noites de lua cheia, transformo-me no animal mais nojento que alguma vez percorreu a crosta terrestre. Se quiserem, posso também contar um desses episódios. Mas têm de pedir por favor, porque isto é um belógue familiar e os leitores do DQD têm mais que fazer do que andar aqui a ler ordinarices...

2 Comments:

Blogger  diz que disse...

Por favor... oh por favor... (olhos de carneiro mal morto)
Por favor, por favor, por favor!!! (mão na cinta e pé a bater no chão)
(acho que já chega de pedinchices, não???)

5:23 da tarde  
Anonymous Anónimo diz que disse...

Eu também não me importo de pedir por favor. Fiquei com água na boca para ouvir essa da noite de lua cheia. por favor!

6:34 da tarde  

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