5/28/2005

Bonito, hein?

Não se fazem descobertas interessantes todos os dias.
Pelo que, quando uma revelação ocorre, é natural que lhe demos alguma atenção e lhe dediquemos algum tempo.
Foi isso que decidi fazer.
Mas em que consiste, então, a minha descoberta?
Ora estava eu a visitar o menu de administração do site Diz Que Disse quando me apercebi que, surpresa das surpresas, o motor de estatísticas não me diz apenas o número de visitantes, o país de onde vieram, quais as resoluções de monitores e browsers, etc. mas também me diz onde o visitante clicou para chegar ao Diz Que Disse.
Ou seja, se você tem um site onde introduziu uma link para o DQD (ou para este belógue), eu consigo saber em que momento algum visitante seu clicou nessa link para me vir visitar. Se quisermos ser mais justos, pode-se dizer que eu sei quando ele disse "CHEGA!" e se divorciou do seu site de qualidade inferior para se juntar à minoria esclarecida!
E fiquei chocado com esta descoberta!
Não por causa da tecnologia em si, que acho excelente. Mas por reparar que as palavras que as pessoas colocam nos motores de busca não têm rigorosamente nada a ver com o DQD!
Tirando os sites amigos e os suspeitos do costume que, regra geral, defendem o DQD de uma forma ainda mais acérrima que o seu autor, vou-me concentrar nos visitantes que, obviamente, estavam à procura de outra coisa qualquer quando vieram aqui dar.

E se abrirmos o Google.pt numa página em branco (experiência que o leitor pode efectuar no conforto do seu lar), começará um festival de perplexidade perante os nossos/vossos olhos.
Vou mencionar as expressões tal como me foram mostradas pelo meu servidor. Não liguem aos erros ortográficos. Vou introduzi-las tal como alguém as introduziu inicialmente no motor de busca, chegando assim até aqui.

Como dizia, se forem a Google.pt e introduzirem as palavras

próteses biomecânicas

vão rapidamente chegar à conclusão que o DQD aparece como primeiro resultado!
Que horror!! Alguém a querer investigar sobre próteses biomecânicas, provavelmente para oferecer uma a um afilhado que teve um acidente enquanto andava de patins de rodas em linha e ficou sem uma perna após se ter estatelado no chão no meio de uma luta de cães em Chelas logo na altura em que um pitbull raivoso se preparava para dar uma dentada num dobberman, e em vez desse cidadão aceder à informação que tanto precisava.... pimba! Diz Que Disse! Inadmissível...

É claro que isto não fica por aqui.
Já que temos a janela do Google.pt aberta, podemos experimentar meter as palavras

sapataria Charles

Novamente, PRIMEIRÍSSIMA POSIÇÃO!! Antes mesmo do site da própria marca! (que fiquei sem saber se existe ou não)
Como é que isto pode ser?
Eu percebo que até posso ter essas palavras algures no site. Como nunca releio aquilo que escrevo, até é provável. Só não me lembro. Mas não deveriam estas tecnologias ser inteligentes? Será possível que um administrador de um banco que precisa de procurar um par de sapatos decente para a inauguração da galeria de arte da sua amante tem de ser confrontado com as patetices que por aqui se escrevem? Coitado do homem! Especialmente quando o banco dele já deve ter sido alvo de uma carta do Acácio Jeremias... (clique aqui se quiser ficar esclarecido).

Em seguida, algo que me deixou um pouco deprimido, foi descobrir que o DQD aparece como uma hipótese a considerar na quinta posição de resultados do Google.pt quando são introduzidas as palavras

fotos dos batanetes

FOTOS DOS CARALHOS DOS BATANETES!!! Se isto não for perseguição da TVi, não sei o que será! Passei tanto tempo da minha vida a dizer mal deles e dos Máluucús du Reezo (dei erros propositadamente para ninguém vir aqui parar se colocar as palavras "Malucos do Riso" no google...), que agora - ironia do triste destino, ò sorte marreca! - tenho como leitores do DQD fãs acidentais da fase mais negra da comédia portuguesa! Não há justiça neste mundo!!

Saber que apareço no final da quarta página de resultados se introduzirmos as palavras

biografia paco bandeira

nem me conseguiu deixar tão deprimido como a história dos batanetes...

Adiante,

fita de Moebius aparece na sétima posição de resultados do Google.pt.
Tudo bem. Moebius foi um matemático e filósofo, uma pessoa inteligente e sábia, apesar de eu ainda não conseguir pronunciar o seu nome. Mas foi um homem distinto e inventivo. E eu lembro-me de ter escrito qualquer coisa sobre a fita de Moebius no passado, pelo que aceito este resultado de bom grado. Apareço juntamente com sites de universidades, estudiosos de matemática e curiosidades lógicas.
Acho bem. Escapa. Até os matemáticos precisam de sentido de humor. Porque não lerem o Diz Que Disse?

E tudo ficaria bem, se não descobrisse que estou nas posições 22 e 23 de resultados do motor de busca do Sapo sempre que se introduzem as palavras CORPORACION DERMOESTETICA!!!!!!!
Fico sem palavras!...............................
Novamente, uma vingança electrónica daqueles que me odeiam tanto como os odeio a eles!
A Corporacion Dermoestética, farta de me ouvir mandar bocas aos espanhóis e chateada por o Acácio Jeremias lhes ter enviado recentemente uma carta em que perguntava se poderiam proceder a uma operação plástica dentária a uma lontra de estimação, deve ter ficado com vontade de estabelecer uma linha separadora entre o DQD e o exercício das suas funções. E agora, sempre que uma mulher de cinquenta anos procura o site da Corporacion na net, achando que ficará mais atraente se esticar a pele da cara para cima e para os lados, tem de levar com a loção corrosiva DQD.
Será porque rir faz bem ao sistema imunitário e prolonga a vida da pele graças ao exercício facial?
Mas se as clientes da Corporacion não se coadunam com o perfil de alguém que gosta de ler as merdas que eu escrevo!...

Há resultados que representam males menores e dos quais poderia ficar aqui a falar o dia todo.
Por exemplo, porque raio é que o DQD aparece como quinquagésimo resultado quando se introduzem as palavras titanic cascais no Sapo? Será alguma relação entre o estado da economia e os hábitos consumistas das pessoas daquela zona? Será que o caminho para o iceberg financeiro do nosso país largou da marina da Cascais? E o que é que isso tem a ver com o DQD?
Mistérios...

Bem, para terminar, deixo-vos mais alguns resultados e respectivas qualificações na grelha de relevância.
Se introduzirem as palavras fotos de exposicao de caes no Google.pt, o DQD aparece como hipótese a meio da página 13. E decidi relatar este resultado pois parece-me especialmente interessante (para mim e para o meu irmão que é psicólogo) porque é que alguém que procura fotos de exposições caninas terá percorrido TREZE páginas de resultados até clicar no DQD?! Que raio de motivo lógico e racional haverá para alguém que procura gaja cona bordedo no Google.pt clicar no DQD quando é o site que menos imagens deve ter em toda a internet nacional?! E porque é que alguém procura um emissor fm no Google.pt e percorre mais de uma dezena de páginas até me clicar no centro da décima segunda página de resultados? Não haviam sites suficientes sobre rádio-amadorismo até o resultado do DQD lhe ter aparecido à frente dos olhos, meu amigo?!

É por estas e outras que eu acho que os portugueses ainda não estão preparados para as liberdades que têm.
Acho até que não estão preparados para a democracia! (os níveis de abstenção assim o confirmam)
A internet é uma ferramenta fantástica para se fazer tudo e mais alguma coisa. Pode-se procurar qualquer tipo de informação e longe vai o tempo em que se colocavam palavras num motor de busca e nenhum resultado aparecia (embora o termo mixolidização continue a dar apenas um resultado, ano após ano... Será que não há investigação a ser feita neste ramo científico?).
E o que é que as pessoas fazem? Esquecem-se daquilo que estão à procura e lêem o DQD!

Moral da história: bonito, hein?

Pensem nisto, seus perdedores de tempo...

5/27/2005

Marques "Danny" Mendes - the dog

Vou falar do radicalismo de Marques Mendes.
Não, não se trata de um texto político.
Lembrei-me apenas que, há uns anos, o Marques Mendes referiu numa entrevista qualquer que era um amante de desportos radicais.
Por isso, pús-me a pensar que raio de desportos é que seriam realmente radicais para uma pessoa com a estatura dele. E cheguei a algumas conclusões muito válidas e respeitáveis.
O "Salto para a Sanita" (do original inglês Toilette-seat Jumping) seria um verdadeiro desafio.
Não tão grande como o basketball ou o "Pula-a-vedação", claro.
Há uma modalidade, porém, na qual Marques Mendes poderia demonstrar a fibra de que é feito. É no "Passa-no-tubo" (PassTube). Trata-se de um desporto inventado pelos ingleses Suck Acock e Lick Acunt no início dos anos 90. Uma espécie de jogo de espionagem (tipo paint-ball) em que as equipas têm de rastejar através de longos tubos e condutas de ar condicionado, canalizações eléctricas, etc. O objectivo é criar uma equipa entre amigos, recorrendo às coligações que forem necessárias nas alturas mais difíceis, e chegar à chamada Sala do Poder. Trata-se do local onde todos os almoços e jantares são de borla, todas as viagens para o trabalho são calmas e no banco de trás de um automóvel de grande cilindrada, e todos os passeios intercontinentais são em primeira classe e com cumprimentos dos povo português.
Como vêem, não quer dizer que Snowboard ou Bungee-Jumping fosse o filme que estava a passar na cabeça de Marques Mendes quando ele referiu o seu amor pelos desportos radicais. Aquilo que parece trivial para a maior parte de nós é, na realidade, um grande desafio para uma pequena minoria.
O problema é o preconceito.

Moral da história: pode parecer que estou a gozar com a estatura do Marques Mendes porque possuo uns saudáveis e possantes 192 cm de altitude. Isso seria de um frio e politicamente incorrecto mau gosto! Estou a gozar com ele apenas porque posso.

Pensem nisto, seus pigmeus radicais...

5/25/2005

Coisas importantes, parte III

Mudei de ideias novamente!
Afinal o espaço não é importante para o ser humano, tal como vos tentei convencer no post anterior.
"Ai o caraças!", responde o leitor indignado, "então primeiro o tempo era importante, depois passou a ser o espaço, e agora não é nenhum deles?!". É verdade, caros amigos.
E vejamos porquê.
Que raio de mérito haverá em executar uma tarefa que só nós podemos executar? Se mais ninguém o faz, como podemos saber se o estamos a fazer bem ou não?
Nós só possuimos mérito naquilo que fazemos quando se trata de algo que outros fazem também, mais ou menos nos mesmos moldes. Só assim nos podemos comparar e distinguir. E é o jogo entre a comparação e a distinção ou merecimento que proporcionam mérito. Diria até que o mérito é o berço do capitalismo.
É claro que há pessoas a discordar de mim neste momento. São capazes de jurar, enquanto calçam os seus ténis para irem fazer o seu jogging matinal (fabricados no Vietman por mão-de-obra infantil), que são anti-capitalistas. E são mesmo. Nem têm problemas em dizê-lo aos amigos no seu telemóvel de terceira geração enquanto ajeitam os óculos da Armani e entram para o seu automóvel...
Ora como descrevi no post anterior (e a falta de comentários leva-me a crer que toda a gente concordou comigo), o espaço que ocupamos é apenas nosso. Ninguém pode ocupar o espaço que a nossa matéria ocupa no mesmo instante. É fisicamente impossível.
Que raio de mérito é que isso tem, então?!
Não tivemos de fazer grande coisa para merecer esse espaço, pois não? Estejamos vivos ou mortos, o espaço que ocupamos é sempre nosso.
E como isso é um direito que nos é conferido quando vimos a este mundo e passamos a possuir um corpo, não acredito que seja algo assim tão importante.
Importante é a respiração, isso sim!
Sem ela não conseguimos inalar oxigénio. O oxigénio é um agente vital para o ser humano.
Logo, a respiração é uma acção vital.
E se uma acção vital tem de ser considerada como importante para nós - nisto devemos estar todos de acordo - então a inacção de pura e simplesmente existir não pode ser assim tão significativa.

Portanto, vivá respiração!
Vivó oxigénio!
Vivá acções vitais que precisamos realmente de executar!

Moral da história: os praticantes activos de meditação juram a pés juntos (e corpo deitado) que o controlo da respiração é o pré-requisito mais importante para o relaxamento; sempre que precisamos de nos acalmar devemos respirar fundo duas ou três vezes; um controlo preciso da respiração pode fazer a diferença entre um parto sem dores ou uma experiência extremamente infeliz; e o que seria dos atletas se não respirassem sincronizadamente com o exercício? A respiração, como vêem, é uma coisa importantíssima!

Pensem nisso, seus respiradouros imundos...

5/19/2005

Coisas importantes, parte II

No outro dia convenci-me (e tentei convencer-vos) de que o tempo era a coisa mais importante que possuimos.
Hoje mudei de ideias.
Acho que, afinal, o espaço é mais importante que o tempo.
É que costumamos ouvir as pessoas dizerem "Ai, ir à manicure desencravar as unhas dos pés? Não, hoje não dá. Não tenho tempo." Agora, quantas vezes é que ouvimos alguém dizer que não pode cumprir tarefa x ou y porque não tem espaço?
Soa, quando muito, àqueles artigos fatelas que aparecem nalgumas revistas pretensiosas com psicologia de trazer por casa "O meu marido diz que sente falta de espaço na nossa relação? Deverei comprar uma cama maior?".
Se formos a ver bem, podemos partilhar o nosso tempo com alguém. Mas o espaço... esse é completamente pessoal. É só nosso. E a Ciência comprova-o! Em termos físicos, matéria alguma pode ocupar o lugar que está a ser ocupado por outra matéria no mesmo instante. Isto é o princípio básico, entre outras coisas menos importantes, do jogo da cadeira (aquele jogo em que toda a gente tem de encontrar uma cadeira para se sentar quando a música pára. Caso contrário, é eliminado). Se o espaço não fosse importante, o jogo da cadeira nunca teria sido inventado. O que significa que milhares de crianças na infantil e pré-primária não teriam nada para fazer durante as tardes a seguir à sesta.
Mas tudo bem.
Volto daqui a uns tempos quando me tiver convencido da importância de outra treta qualquer.

Moral da história: será que quando Einstein formulou as suas teorias do espaço-tempo curvo estava a querer dizer que as curvas são as coisas mais importantes na vida de um homem?

Pensem nisto, seus dilatados temporais...

5/17/2005

As indicações que nunca recebemos...

Desculpe, sabe-me dizer onde fica...

- Ah, o senhor quer ir para a Travessa da Ponte Coxa? Ora bem, está a ver aquele porco selvagem a enrabar o caniche aqui à frente? Vira à direita, passa o exibicionista da gabardine, anda mais cem metros até ver um ritual satânico do seu lado esquerdo e é logo na segunda à direita... ao lado da pirâmide azteca, mais concretamente.

- O quê? A rua Catana Naifa? Não, não estou a ver... peraí! Estou a ver, estou. Ora o senhor segue sempre em frente durante uns duzentos metros. Vai passar o Museu da Pedofilia do seu lado direito. Aí vira logo à direita e vai dar a uma rotunda com uma estátua do Hulk, não há que enganar. Segue em frente depois da rotunda e vai parar nuns semáforos onde um jovem ucraniano com uma perna de pau lhe vai limpar o pára-brisas e tentar vender a revista Cais, o Borda-d'Água e um telemóvel desbloqueado. Anda mais cem metros e vira à direita assim que vir a casa de chuto do Bloco de Esquerda na esquina. Essa é a rua Cutelo Chino. A Catana Naifa fica um pouco mais à frente.

- As Docas de Alfaquecas? Com certeza! É só seguir em frente nesta rua gigante paralela ao rio. Vai passar o hangar de naves espaciais, o pavilhão das raves extraterrestres, um aérodromo espacial e uma central de mixolidização e ressonância mórfica (thank you, Acácio!). Assim que vir o túnel de entrada para as minas de urânio, está nas Docas de Alfaquecas! Disponha.

- O senhor quer ir para onde? Para o Largo da Saia Apertada? Deixe-me ver... sim... não... sim... não... sim... não... SIM! Vai sempre em frente e segue esta rua grande com estes buracos que parecem crateras. Não ligue ao sinaleiro que está no meio da rua. Ele não é um sinaleiro a sério e só o vai mandar para ruas de sentido proibido. Mas tenha cuidado e não goze com ele. É que o homem anda armado! Vira à direita na rua que se encontra à sua esquerda, curva numa recta de cem metros, passa o templo Shaolin do seu lado direito e vira à esquerda. Segue mais um pouco até ver o Alberto João Jardim a distribuir caramelos Wertens (os originais) como parte da sua campanha para as autárquicas da Madeira, continua durante uns bons cinquenta metros e entra num buraco negro que o vai deixar mesmo no Largo da Saia Apertada. Mas olhe que o largo é grande. Deve ter mais ou menos o tamanho do Ruanda! É capaz de ter de pedir novamente indicações assim que lá chegar.

Moral da história: a probabilidade de um dia alguém nos dar indicações destas é quase nula. Mas enquanto há vida...

Pensem nisto, seus indicadores polegarizados...

5/13/2005

A javardice masculina

Todos nos sentimos arrependidos de qualquer coisa de tempos a tempos.
É assim que eu me sinto agora.
Cometi ontem uma barbaridade que vai contra todos os princípios da educação liberal luso-britânica que possuo.
E se - a uma primeira abordagem - a ideia de partilhar com alguém o que me aconteceu me parece algo abjecto e extremamente foleiro, a verdade é que vocês já leram com cada coisa neste blog que decerto não se importarão.
Afinal, de certa forma, vocês também são a minha família. Não serão um pai, nem sequer um cônjuge. São aquele tio que só aparece nos casamentos e funerais sempre com o mesmo fato. Ou quando muito um daqueles primos que andam com auriculares Bluetooth e gostam de falar do novo telemóvel enquanto colocam uma das hastes dos Ray-Ban na boca. Mas são família. Não se sintam menosprezados. Vocês são importantes para mim! Este é um blog de partilha e não de ego. Caso contrário, para que é que viria aqui perder tempo? Eu preciso dos outros!
Adiante, que já me estou a passar.
Fora de brincadeiras, independentemente de estar a escrever para um site, quero afirmar que o que vou contar é a mais pura das verdades. A ocorrência não está, de forma alguma, embelezada para figurar com pomposidade neste blog ou para dar um ar pomposo ao seu autor. Foi mesmo o que me aconteceu.
Aproveitando umas horinhas de liberdade masculina em minha casa, decidi comer o meu jantar como me apetecia.
Aqueci uns pedaços de carne de porco com molho e um pouco de arroz para acompanhar.
E foi então que tive uma ideia genial! Apostei comigo mesmo em como conseguiria comer o meu jantar sem sujar três peças de cozinha diferentes.
O arroz já se encontrava numa tigela grande. Logo aí já estava uma peça suja.
E a carne foi aquecida num pequeno tachinho. Vão duas.
Hum... complicado... Como fazer então para comer o conjunto sem sujar três peças, partindo do princípio que ainda precisaria de talheres e de algo para passar a comida para o prato?
Nada mais simples.
O arroz foi aquecido na tigela em que se encontrava, a carne foi despejada para dentro dessa tigela e... (quase que sinto vergonha ao dizer isto...) socorri-me de uma colher para comer a mistela!
E ao longo da refeição, enquanto tentava esconder a minha expressão snob de mim mesmo, apercebi-me que estava a começar a gostar!
Ali estava eu, uma mistura de Sassá Mutema com ceroulas à Robin dos Bosques (mas com braguilha de velcro!), de tigela e colher em punho, radiante e orgulhoso do meu inacreditável feito. Uma espécie de descida ao meu estado mais primitivo, um reencontro com a minha infância mais alarve.
"Que engraçado!", pensei, no auge de um pico inesperadamente culto, "deve ser assim que se come na América Latina! Mi nombre es señor Toscano Escobar... eh... eh... eh... chomp... chomp...". Ainda pensei em ir buscar um sombrero que o meu irmão me comprou numa viagem às Canárias (lá toda a gente usa sombrero, como sabem...). Mas depois convenci-me que ia ser palhaçada a mais. Se há coisa que eu precisava naquele momento era de apoio psiquiátrico e não de parecer uma antena parabólica invertida a desviar-se dos feixes electrognéticos dos satélites. Já me chegava estar de cócoras na sala a comer duma tigela e a rir sozinho (foda-se! Sou mesmo boa companhia para mim mesmo!).
E quanto mais comia e mais me lambuzava, mais gostava! Já não era um homem civilizado e com passaporte carimbado. Era uma besta hedionda, a quarta super-força escondida da Natureza à espera do momento certo para se revelar.
No final, lambi a tigela e tudo! E como se tratava de uma tigela e não de um prato, cada vez que lhe lambia o centro ficava com a cara cagada como se algum enviado extraterrestre tivesse achado que a minha cabeça daria um bom sinal para a orientação de uma frota espacial.
Foi uma espécie de orgasmo mas bastante mais intenso (ou então não ando a fazer sexo como deve ser). Seja como for, passou-se quase a nível instintivo. A consciência ficou sentadinha no sofá a ver um bailado qualquer na RTP2.
Quando voltei a mim, olhei à volta e garanti que os estores da sala estavam fechados. Pensei "será que o meu tio Horácio que morreu há sete anos está a ver isto?".
E depois lembrei-me que tinha apenas três peças de cozinha para limpar! YES! É bom ser homem!
Limpei o tachinho, a tigela e a colher enquanto o diabo esfregou a ramela do olho. E tudo isto a umas confortáveis duas horas da chegada da minha mulher da sua girl's night!
Prometi a mim mesmo que repetiria uma experiência similar sempre que tivesse oportunidade.
E é óbvio que a relatarei.
Afinal, não se esqueçam que vocês são o meu primo afastado. Quem é que não conta coisas destas aos primos?

Moral da história: se comer um prato com molho de dentro de uma tigela, use roupa branca. Torna a experiência mais divertida!

Pensem nisto, seus animais alarves...

5/12/2005

O paradoxo aéreo

Actualmente, o avião é o meio de transporte mais seguro do mundo (e quando está parado e estacionado não há mesmo nada que o bata em termos de segurança!).
Isso significa que, sempre que há um acidente aéreo, as probabilidades de ocorrer outro num curto espaço de tempo são muito reduzidas.
Logo, quanto mais acidentes ocorrerem, maior é a probabilidade de nada se passar com o nosso voo.
Mas se houverem mais acidentes, a probabilidade de acontecer um acidente no avião em que vamos aumenta também.

Moral da história: em que é que ficamos? Viajar de avião é seguro ou não? O que é que as companhias aéreas NÃO NOS ESTÃO A CONTAR?!

Pensem nisto, seus paranóicos jet-legados...

5/11/2005

Coisas importantes, parte I

Estava eu esta manhã a rapar os sovacos na casa-de-banho, com umas olheiras do tamanho do mundo, quando me apercebi que o tempo é a coisa mais importante que temos. Mais do que isso: o tempo é a única coisa que temos!
Passo a explicar.
Ali estava eu em frente ao espelho, a fazer as figuras do costume, a olhar-me fixamente enquanto mandava beijos a mim próprio e a enviar-me palavras de encorajamento e elogios como "Grande Toscano, qualquer dia és tu a fazer anúncios para a L'Oreal tal como o Ben Affleck!". E foi então que me atingiu como uma bomba: que raio de homem é que rapa os sovacos a uma Quarta-feira de manhã?
Em relação às olheiras, culpo a RTP! Quem é que os manda passar o filme do Jay & Silent Bob à 1:30 da manhã? (ironicamente, esse filme foi apresentado como sendo a "Sessão da meia-noite". Em que fuso horário funcionará a RTP?! Já sabemos que vivem no passado, mas...).
Agora o problema do rapadus sovacae revelou-se mais filosófico do que efémero.
Ora vejamos. Estava a usar uma lâmina feita por uma marca qualquer (garanto que não compro Gilletes à conta dos anúncios fatelas que eles fazem), iluminado por uma lâmpada feita por outra marca qualquer, estando a luz refinada e alterada através de um candeeiro que ainda outra empresa produziu. Como se isso não chegasse, tinha os pés enfiados em chinelos feitos por alguém, e o chão que pisava pertencia a uma casa que - como é óbvio - alguém construiu (e desenhou antes de ser construída, embora essa parte suscite, por vezes, algumas dúvidas...). Estava a pensar nesta treta toda enquanto olhava para um espelho produzido por ainda outra empresa qualquer. Nem o raio da reflexão me pertencia! Estava a rapar os sovacos a um clone e não a mim! (e ainda bem, porque isto de alguns homens raparem pêlos do corpo é uma granda paneleirice!)
E quando julgava que, ao menos, detinha o recorde das maiores olheiras nacionais às 8:30 da manhã, eis que entra a minha mulher pela casa-de-banho adentro e me prova o contrário! Tinha os olhos completamente negros!! Parecia que tinha estado a sonhar com uma aventura extra-conjugal com um processador de texto com o comando de negrito permanentemente ligado. Ainda lhe disse qualquer coisa como "Acho que devias pedir um aumento hoje. Que raio de patrão é que é capaz de negar mais uns euros mensais a uma vítima de violência doméstica?" (ela não percebeu a piada, tal como nunca as percebe àquelas horas... Ou então tem algo a ver com o facto dela ser a sua própria patroa. Nunca iria acreditar nessa história...).
Dei graças ao Santo Fantasma (como dizem os ingleses e americanos) por estar completamente nu. Caso contrário, teria também de me justificar perante a minha roupa que, da última vez que verifiquei, foi desenhada por alguém e feita por uma empresa qualquer.
E tudo isto pensado através de uma língua que alguém inventou!
É demais! Não temos nada realmente nosso!
Acordamos com despertadores feitos por alguém, tentamos descobrir o norte numa casa feita por alguém, devoramos o pequeno-almoço que alguém nos forneceu, vamos trabalhar para sítios que, normalmente, foram construídos por alguém. Quando somos os nossos próprios patrões (como no meu caso), estamos dependentes dos outros e das regras de mercado para subsistir. E quando trabalhamos para terceiros (como é caso de desgraçados como você), continuamos dependentes de outros e das regras de mercado (a diferença é que ter o nosso próprio negócio permite-nos não pagar IVA em chamadas de telemóveis... mas isso é outra história...).
Efectuamos tarefas mais ou menos rotineiras durante o dia, manejamos ferramentas inventadas por alguém, e comunicamos uns com os outros através de tecnologias que... sim, adivinharam, são lentas e possuem uma assistência de merda!
E a única coisa que temos realmente nossa, aquela coisa que ninguém nos pode tirar, é o tempo.
Lembro-me de um slogan qualquer que rezava "O tempo é o que dele fazemos". Isto é uma treta pegada!
O tempo é o que somos, isso sim.
A nossa existência neste planeta não passa de um fragmento temporário. Um conjunto de pequenos momentos interligados que, alguns de vós acreditam, hão-de levar a algum lado.
Mas não acredito nisso. O fim é o limite.
É um pavio de uma vela que se acende e se apaga, sendo a faísca do isqueiro o orgasmo que nos deu origem, a chama a nossa vida, o apagamento a nossa morte e o fumo que fica no final as contas que a família paga à agência funerária.
Às vezes perguntam-me "Porra, Toscano, és um gajo mesmo esquisito! O que é que eu te vou dar no teu aniversário?".
Tempo.
Ora aí está uma prenda que eu gostava que alguém me desse. Mais importante que um micro-ondas de alumínio que ligue com o resto da cozinha ou um vibrador de diversas velocidades.
Tempo era o que eu gostaria que me oferecessem.
E sabem porque é que ninguém consegue oferecer tempo a alguém? Porque o tempo é a única coisa que nos pertence. Logo, é fodido abrir mão dele.
The defense rests.

Moral da história: será que deveríamos acusar os fabricantes de relógios de alguma coisa?

Pensem nisto, seus desperdiçadores horários...

5/09/2005

O Verão chegou.

Para mim, o Verão não começa no dia 21 de Junho.
Não começa sequer quando se sente o cheiro a relva molhada pela manhã ou quando a camisa começa a ficar agarrada ao corpo ao princípio da tarde.
O Verão aparece quando eu começo a ter sonhos estranhos e premonitórios.
Hoje sonhei novamente que a Serra de Sintra estava transformada numa plantação de cannabis gigantesca e que, ao primeiro incêncio e com os ventos a soprar na direcção de Lisboa, uma grande nuvem de fumo envolvia a cidade durante três ou quatro dias. Acho que conseguem imaginar o que é que aconteceria daí para a frente... Todos os lisboetas completamente pedrados, a ter conversas extremamente redundantes e a fazer fila à porta dos restaurantes para saciarem uma fome súbita vinda do nada. Os ginásios seriam os que mais perderiam com isto tudo pois, como alguém que já tenha fumado drogas leves o poderá comprovar, a probabilidade de se estar pedrado e com vontade de fazer exercício é a mesma de um dia vermos o Nelson Mandela a tocar castanholas num comício pro-Apartheid.
Se isto não é uma premonição de tempo quente aliado aos inevitáveis incêndios que caracterizam a nossa época estival, não sei o que será...

Moral da história: uma vez que os incêndios em alturas de Verão são inevitáveis, não estará na altura de os explorar turisticamente e auferir daí algumas receitas? Viagens exploratórias de balão por cima dos incêndios enquanto eles deflagram? Excursões a locais incendiados com guias turísticos? T-shirts a dizerem "O meu primo foi a Portugal ver os incêndios e comer umas sardinhas e a única coisa que me trouxe foi esta t-shirt e um saco de cinzas!"?

Pensem nisto, seus oportunistas imorais...

5/06/2005

No meu tempo...

Minha querida netinha! Anda cá sentar-te no colo do avô.
Sabes, aqui o avô Toscano é do tempo em que...

...o software se podia piratear facilmente, mesmo sabendo que se tratava de um crime;
...deixar a tampa da sanita levantada era considerado uma ofensa gravíssima junto do cônjuge;
...a televisão dava os piores programas de toda a sua História;
...era possível estar-se duas horas à espera para ser atendido numa repartição de finanças;
...muito pouca gente tinha seguros de saúde;
...as empresas de telecomunicações cobravam "taxas de activação", "taxas de reposição de serviço" e exploravam os consumidores descaradamente com invenções desse género;
...os portugueses não votavam porque só lhes interessava falar mal do país e não faziam nada para o mudar;
...os supermercados estavam inundados de fruta espanhola sem sabor nenhum, havendo fruta portuguesa a apodrecer por não ter sido vendida;
...as pessoas pensavam que globalização significava abertura;
...os bancos conseguiam-nos vender a ideia de que "ali íamos ser felizes", apesar de ficarmos a pagar 50 anos por essa felicidade;
...as mulheres iam presas quando abortavam;
...figuras públicas idiotas, socialites de cagalhão e outros panascas emproados eram idolatrados na TVi e na imprensa cor-de-rosa;
...tínhamos de conduzir as nossas viaturas para ir a algum lado, como se fôssemos maquinistas;
...as pessoas que seguiam sempre o que sentiam compravam telemóveis óptimos;
...todas as mulheres estavam em dieta permanente (e as que não estavam achavam que tinham de estar);
...havia pessoas que sentiam orgulho em ser gays (tal como havia pessoas que sentiam orgulho em ser straights);
...era tão divertido ouvir um brasileiro a tentar falar com pronúncia portuguesa como ouvir um português a tentar falar com pronúncia brasileira;
...a prisão preventiva não era olhada como um período de férias do emprego e da família;
...os velhotes iam presos se tivessem os netos sentados ao colo num sítio público tal como nós estamos agora;
...as pessoas queixavam-se da forma como viviam o tempo todo mas, por algum motivo, os mesmos partidos eram sempre eleitos;
...os computadores não eram considerados um bem fundamental e as pessoas tinham de pagar para os ter;
...toda a gente escrevia num blog qualquer;
...as pessoas eram infinitamente mais interessantes nos blogs do que na vida real;
...o Diz Que Disse era igual ao que é hoje: um albergue de um lunático que possui uma relação de amor/ódio com Portugal;

Moral da história: se a Rádio Clube Português (antiga Rádio Nostalgia) só passa música que já era foleira há três ou quatro décadas, o que é que será que passarão daqui a trinta ou quarenta anos? Eis uma sugestão de uma playlist:

Celine Dion (aquela xaropada de música do Titanic)
Beyoncé (ou qualquer outra banda feminina com a mania que é radical mas que acaba a fazer anúncios para a L'Oreal)
Bon Jovi (qualquer disco. São todos igualmente maus.)
George Michael (um best of qualquer)
Whitney Houston (ou qualquer outra artista negra que grite muito)
Backstreet Boys (ou qualquer outra boys band que faça música sem tomates. E no caso dos Backstreet Boys, sem tomates nem pêlos no resto do corpo...)
Mariah Carey, Take That, Kylie Minogue, S Club 7, Gabrielle, Billy Joel, Cher, Eternal, Five, Atomic Kitten, Ricky Martin, enfim... a lista é interminável! A única dificuldade que a Rádio Clube Português vai ter vai ser escolher no meio de tanta merda.
Já agora, por acaso alguma vez mencionei que gostaria de deitar fogo ao edifício da Rádio Clube Português e torturar os locutores residentes? Se calhar já mencionei... (digo isto a toda a gente...).

Pensem nisto, seus velhotes precoces...

5/05/2005

Problemas matrimoniais

Trim... Trim...
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.
Trim... Trim...

- Estou sim?
- Estou, filho, é a mãe.
- Olá! Tudo bem por aí?
- Sim, vai-se andando. O teu pai anda outra vez com aquelas fezes com uma cor pastel e...
- Querias dizer alguma coisa importante, mãe? É que eu estou um bocado ocupado...
- Sim, filho, sim. Olha, estive a falar com a Sandra e ela diz-me que vocês estão com alguns problemas... Está tudo bem convosco?
- Não, nem por isso. As coisas já estiveram melhores entre nós, para falar a verdade.
- A sério?! Mas o que é que se passou?
- Não se passou nada em concreto. É apenas uma série de coisas pequenas que se vão acumulando. E depois já sabes, o copo enche e entorna-se.
- Mas que coisas são essas? O que é que se passou? Vocês parecem tão felizes juntos!
- São pequenos nadas, mãe. Eu dou-te uns exemplos. Há duas semanas comprei o Gran Turismo 4 para a Playstation. E vê lá tu bem que é nas alturas em que eu estou a jogar que ela vem falar comigo para discutir férias, filhos, o futuro, e tretas dessas!
- Que horror!
- Pois, é verdade. Mas não é só isso. Ontem estava mesmo quase a bater um recorde no Tetris quando ela entrou pela casa-de-banho adentro e me distraiu. Resultado: qual recorde qual carapuça! Apareceu-me logo uma daquelas peças em forma de "S" que não encaixam em lado nenhum, e pimba! Caiu no sítio errado e nunca mais recuperei!
- Ò Pedro! Mas vocês precisam de falar!
- Pois, se conseguíssemos! Mas não dá! Ela é muito egoísta. Não me respeita. Ontem à noite, por exemplo, eu estava na banheira e ela veio por trás e afundou o meu patinho de borracha. Aparentemente, deve ter achado que eu ia gostar disso! Ela tem destas coisas um bocado infantis.
- Pedro, mas isso são coisas pequenas. Há por aí muitos patinhos de borracha. E aposto que ele deve ter voltado à superfície depois da Sandra o ter afundado...
- A questão não é essa! São estas criancisses da parte dela que evitam que nós falemos de coisas mais sérias. Eu digo-te, mãe, podia ser só o meu pato Donald de borracha, mas quando eu vi o braço da Sandra a mergulhar na banheira e a afundá-lo no meio da espuma, houve uma coisa qualquer muito má que começou a subir por mim acima!
- Azia?
- Não! Raiva!! Como é que é possível viver com uma mulher assim? Que raio de futuro é que nós temos juntos!
- Pedro, tem calma.
- Eu tenho calma, mãe, e desta vez passou. Mas se ela me vem chatear novamente e acusar-me de andar a esbanjar muito dinheiro em jogos e filmes e que assim não vamos conseguir pagar as contas, não sei como é que vou reagir. Aquela mulher é um atentado à minha liberdade!

Moral da história: senhoras e senhores, vindo de um homem casado, preparem-se para a verdade mais inquestionável do início deste século: o motivo pelo qual a maior parte dos casamentos não funcionam actualmente (salvo algumas excepções) não se deve às "novas liberdades das mulheres". Deve-se, isso sim, ao facto da maior parte dos homens só se tornarem realmente homens numa fase mais avançada da sua vida.

Pensem nisso, seus divorciados inconsequentes...

5/03/2005

Parangonas de jornal, parte III


VIOLÊNCIA TERMINA MANIFESTAÇÃO "BODY-PAINTED" DE ORGULHO GAY ANTI-RACISTA PRÓ-ABORTO AMBIENTALMENTE CONSCIENTE NO TERREIRO DO PAÇO.
Ao que parece, o desacato terá começado quando um dos ecologistas questionou o grupo acerca da possibilidade das tintas utilizadas para o body-painting não serem biodegradáveis. O grupo pró-abortivo olhou para a questão como uma repressão das suas liberdades de escolha e terá retorquido através da projecção de uma lata de Coca-cola para o meio da multidão. Porém, essa lata atingiu um angolano que se encontrava presente na organização anti-racista, angolano esse que entendeu o sucedido como um ataque de raça, tendo gritado bem alto "Panilêros di merda!". Isto inflamou as susceptibilidades do movimento Orgulho Gay, e a pancadaria dominou o palco da manifestação. No meio da confusão ouviam-se gritos de desespero do movimento Anti-Violência, mas sem qualquer expressão ou resultado. Na realidade, testemunhas relatam que foram estes os que mais apanharam na tromba.

Moral da história: se algum dia for a alguma manifestação de orgulho gay anti-racista pró-aborto ambientalmente consciente não se pinte.

Pensem nisto, seus manifestantes a-freak-alhados...

5/02/2005

Parangonas de jornal, parte II


ARTISTA DO ENTRETENIMENTO PIMBA É VITIMADO NUM ACIDENTE DE VIAÇÃO.
Testemunha foi inquirida pela GNR de modo a averiguar-se o porquê de só ter chamado uma ambulância trinta minutos após a ocorrência do acidente. Em declaração ao DQD, a testemunha, uma jovem publicitária de 28 anos, contou "Bem, eu até ia prestar algum auxílio após ter assistido ao acidente... [...] Mas quando me cheguei ao pé do monte de lata sucatada e percebi que o acidentado era o Toy, fiquei sem saber o que fazer! Vocês conhecem aquela história de que um artista só se torna uma lenda quando morre? Eu tive de decidir naquele momento se queria imortalizar o Toy, deixando-o morrer. Ou, por outro lado, se queria que ele sobrevivesse mas continuasse a gravar discos. Acabei por escolher a primeira hipótese."

Moral da história: se os artistas se imortalizam quando falecem, porque é que não imortalizamos os artistas de merda e deixamos cá ficar os bons? Apenas uma ideia...

Pensem nisto, seus consumidores inconscientes...