1/18/2005

O segundo mês

Para quem está a ler este belógue pela primeira vez, por favor leia as mensagens anteriores ("O primeiro mês" e "A Sorte Grande") para se situar no contexto.
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O segundo mês do resto da minha vida, após a rambóia sexual do primeiro mês, seria aproveitado para descansar longe de tudo e todos. E qual o melhor sítio para o fazer do que numa longínqua estação espacial com gravidade quase nula?
Poderia assim responder àquela questão primordial que me atormenta desde os meus tempos de menino: existirá ou não máquina de venda de chocolates a bordo de uma nave espacial? E se houver, será que aceita moedas de 2 euros?
Mas haveria outras brincadeiras com as quais poderia ocupar o meu tempo na estação espacial. Para começar, gostava realmente de saber para onde vão os dejectos humanos gerados na nave. Serão enviados para o espaço? Ou são cuidadosamente armazenados num bacio com tampa amovível para mais tarde serem reciclados na Terra?
Isso dá-me uma excelente ideia que, com o dinheiro ainda disponível, facilmente seria realizável. Porque não identificar meia-dúzia de alvos no planeta, como a Casa Branca, os estúdios da TVi ou a Embaixada de Espanha, e enviar para lá, via controlo GPS, o próprio receptáculo dos dejectos?
Estariam à espera de tudo menos de uma chuva de asteromerdóirdes espaciais…
Mas há mais. Através do meu computador portátil e com gravidade zero actualizaria o Diz Que Disse com grande pompa e circunstância. E já não teria os problemas que tenho com a Telepac para enviar mensagens para 2000 e tal subscritores a avisá-los que o site foi actualizado (uma vez que comprei a Telepac na semana anterior e a transformei numa central de pirataria para hackers).
O meu regresso à Terra não seria menos espectacular que a minha partida. Contrataria o coro de Santo Amaro de Oeiras para que entoasse alguns temas quando a nave aterrasse no Cabo Canaveral, com a menção explícita de que todos os membros do coro deveriam estar vestidos com fatos do coelho da Duracell e apenas cantassem os melhores êxitos dos Pet Shop Boys.
Ao sair da nave espacial, daria uma conferência de imprensa aos meios de comunicação social, apesar de só responder às perguntas que me apetecesse dignificar. Esta conferência apenas estaria aberta à imprensa cor-de-rosa, onde poria a circular o boato de que observei seres espaciais, com centenas de tentáculos, a cirandar a estação espacial e a prometer uma invasão à Terra num futuro muito próximo.
Na semana seguinte, adquiriria um exemplar de cada um desses jornais e revistas, que autografaria, para depois colocar em leilão no eBay, auferindo autênticos balúrdios. As receitas dessa venda seriam aplicadas na compra de centenas de tarântulas venenosas no mercado negro, que enviaria por correio expresso para todos os cantores de música pimba nacionais.

Moral da história: já que vou deixar o planeta, ao menos deixem-me fazer algum estrago!

Pensem nisto, terrestres inferiores…

1 Comments:

Anonymous Anónimo diz que disse...

muito bom! gostei especialmente da descrição do coro de sto amaro de oeiras! já para os cantores de música pimba um conselho: as viuvas negras são bem mais venenosas que as tarantulas, embora bastante mais caras!! mas a intenção é mesmo gastar dinheiro... andreia

4:42 da tarde  

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